Luto e dor na vigília pelas vítimas do massacre em escola dos EUA
Na última quarta-feira, Nikolas Cruz invadiu a escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida, e assassinou 17 pessoas
EFE
Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 08h13.
Parkland - Milhares de pessoas se reuniram na quinta-feira em uma vigília em lembrança dos 17 mortos no massacre realizado no dia anterior por Nikolas Cruz na escola de ensino médio Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, na Flórida ( Estados Unidos ).
Tanto jovens como os adultos não escondiam a emoção ao ouvirem o testemunho do pai da menina Jaime Guttenberg, de 14 anos, uma das assassinadas no ataque, que conseguiu falar graças ao encorajamento e frases de apoio que recebeu.
O pai, Fred Guttenberg, explicou emocionado que no ano passado perdeu um irmão vítima de um câncer, doença derivada dos atentados do 11 de setembro de 2001. Pensou, então, que a dor era insuportável, mas afirmou que o que vivia desde a tarde de quarta-feira era infinitamente pior.
"Jamie era a luz da festa", disse, lamentando não se lembrar se tinha se despedido da filha antes dela sair para a escola e não voltar mais para casa.
Por isso disse que as crianças devem entender quando seus pais dizem não a tudo o que pretendem fazer. O objetivo disso é proteger-los e não sofrer a dor de perder-los, e aos pais, pediu que não percam um dia sem "abraçar e beijar" seus filhos.
Ao lado dele, no palco do anfiteatro ao ar livre do parque Pine Trails, autoridades e líderes religiosos pediram unidade para enfrentar esta enorme tragédia.
Também houve espaço para mensagens de tom politico, como "Basta é suficiente" e "NRA deixe de matar nossos filhos", em referência à Associação Nacional de Rifles, o poderoso grupo de pressão a favor das armas e contrário a uma maior regulamentação das mesmas nos EUA.
A experiência em Parkland inevitavelmente remeteu ao que foi registrado a um ano e meio, após o massacre na discoteca gay Pulse, em Orlando, também na Flórida, onde morreram 49 pessoas.
Da mesma forma que então, centenas de pessoas depositaram, ontem, flores e velas em memória dos 17 mortos e tampouco faltaram fotografias de algum dos falecidos, como a de Peter Wang, de 15 anos.
Como naquele julho de 2016 a bandeira do arco-íris se tornou um símbolo da lembrança às vítimas, ontem, a cor de vinho, que caracteriza a escola, predominava nos laços e camisetas. Também foi o que Nikolas Cruz usou para passar despercebido ao entrar no colégio e realizar seu massacre.