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Lula vai ao primeiro comício de Dilma no 2º turno

Em comício, presidente chama mais atenção do que candidata petista

Popularidade de Lula ainda pode ajudar candidatura de Dilma Rousseff (.)

Popularidade de Lula ainda pode ajudar candidatura de Dilma Rousseff (.)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2010 às 13h01.

No primeiro comício do segundo turno com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizado hoje à noite, a petista Dilma Rousseff procurou demonstrar a força da família, num momento em que a campanha vive uma guinada religiosa e conservadora por causa da discussão em torno do aborto.

Tanto o presidente Lula quanto o candidato a governador do Distrito Federal pelo PT, Agnelo Queiroz, subiram ao palanque acompanhados de suas esposas, respectivamente Marisa Letícia e Ilza Maria. Isso foi seguidamente propagandeado pelo apresentador do comício, realizado em Ceilândia, a mais populosa cidade-satélite de Brasília, com 600 mil habitantes.

Dilma procurou passar às cerca de 3 mil pessoas que compareceram ao comício (segundo a PM) a imagem de que está com muita força junto ao presidente Lula. Ela reuniu no palanque cinco ministros do atual governo, se bem que todos com pouco traquejo político e nenhuma eleição no currículo.

Estavam lá Carlos Eduardo Gabas (Previdência), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), Celso Amorim (Relações Exteriores), Nilceia Freire (Secretaria das Mulheres) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente), além do ex-ministro Ciro Gomes, hoje um dos coordenadores da campanha. Também apareceu o candidato a vice de Dilma, Michel Temer (PMDB).

O nome do deputado distrital eleito Agaciel Maia (PTC) chegou a ser anunciado como um dos que deveriam ocupar o palanque de Dilma. Mas ele não apareceu. Ex-diretor do Senado, Agaciel foi um dos responsáveis pela assinatura de atos secretos nomeando parentes e apaniguados de senadores para funções de confiança no Legislativo.

Dilma não se esqueceu de invocar Deus no seu discurso, mantendo o debate dentro da onda religiosa. "Se Deus quiser, vamos ganhar essa eleição". Ela repetiu a frase mais uma vez. E atacou José Serra (PSDB). "Meu adversário faz uma campanha baseada no ódio, na boataria. Não faz disputa justa, leal e verdadeira nem olha nos olhos. Só fala por trás".

A petista disse que o DEM, de Índio da Costa, vice de Serra, tentou acabar com o ProUni e com o Bolsa-Família, até mesmo com ação no Supremo Tribunal Federal (STF). "Eles têm uma visão de um Brasil para poucos. Nós queremos um Brasil de 190 milhões de brasileiros".

Ela afirmou que é preciso comparar os projetos dela e de Serra. Um projeto - de Serra - que se propõe a fazer o Brasil "a andar para trás, como caranguejos", e o dela que, a seu ver, vai fazer com que os quase 200 milhões de brasileiros continuem a melhorar de vida. Disse ainda que o primeiro turno mostrou que 67% dos eleitores apoiaram uma mulher para ser presidente (a soma dos seus e dos votos de Marina Silva, do PV).

Lula, que continua a chamar mais a atenção dos eleitores do que a candidata petista - e ouviu o "olê, olê, Lula, Lula", tema da campanha presidencial de 1989 -, buscou levantar os ânimos de Dilma, que tinha a expectativa de vencer no primeiro turno e não conseguiu. Lula pediu aos presentes que gritassem o nome dela. Afirmou que nos seus oito anos de mandato recuperou a autoestima do povo brasileiro. Falou que Dilma Rousseff não permitirá que o Brasil volte a ser dependente do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Lula disse ainda que escolheu Dilma para ser candidata do PT porque ela não tinha o vício de outros que se apresentavam como candidatos só porque tinham tido algum cargo eletivo. "Preferi ela, que tinha o vício do trabalho, de trabalhar 14 horas por dia." Ele pediu ainda que ninguém fique de salto alto, porque é preciso transformar a eleição numa profissão de fé, com trabalho ininterrupto.

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