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Lula pede para Orlando Silva resistir; Fifa teme crise

Ministro dos Esportes era visto na Fifa como o principal obstáculo para a aprovação da lei geral da Copa

Em síntese, o recado do ex-presidente para Orlando foi: resista no cargo (Roosewelt Pinheiro/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 23 de outubro de 2011 às 09h50.

Zurique - A decisão da presidente Dilma Rousseff de manter o ministro dos Esportes, Orlando Silva, tomada anteontem à noite, criou um mal-estar na Fifa e uma saia justa para a entidade, que já teme um aprofundamento da crise com o Planalto. Se por um lado, no entanto, a presidente desagradou o comando máximo do futebol mundial, se aproximou ainda mais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se empenhou pessoalmente na manutenção do ministro.

Nos últimos dias, enquanto a Fifa chegava a "anunciar" a demissão de Orlando Silva da Esplanada, Lula telefonou para o ministro, um dos remanescentes de sua gestão (2003-2010), para recomendar-lhe paciência e coragem. Em síntese, o recado do ex-presidente para Orlando foi: resista no cargo, e ele vem cumprindo a determinação.

Há dois dias, a entidade máxima do futebol sepultava ao vivo em uma coletiva transmitida a todo o mundo o ministro dos Esportes, deixando claro que já não trabalhava com ele como interlocutor para a preparação da Copa do Mundo de 2014.

"Em novembro, a ideia é a de encontrar o novo representante do governo de Dilma Rousseff que agora está liderando os trabalhos de preparação da Copa no âmbito governamental", disse Jerome Valcke, secretário-geral da entidade, na esperança de que até lá o Palácio do Planalto tivesse designado a pessoa que fará o contato com a Fifa. "Estou certo de que a presidente (Dilma) tomou a decisão certa em escolher uma pessoa, seja o que ocorrer com Orlando Silva", completou Valcke anteontem.

Mas com a decisão de Dilma de manter Orlando no cargo, pelo menos por enquanto, a Fifa passou a viver uma saia-justa. Ontem, sua direção de comunicação chegou a ligar para jornalistas que haviam escrito matérias sobre as declarações de Valcke, alertando que o secretário-geral não queria dizer o que disse e que não estava considerando Orlando Silva como demitido.

Pessoas ligadas ao Comitê Organizador Local revelaram que a entidade teme que a declaração de Valcke aprofunde ainda mais a crise entre o governo e a Fifa, numa percepção do Palácio do Planalto de que a Fifa esteja forçando uma demissão do ministro para permitir que seus interesses sejam defendidos.

Orlando Silva era visto na Fifa como o principal obstáculo para a aprovação da lei geral da Copa. Em novembro, Valcke desembarca no Brasil para uma reunião crucial com o governo. Agora, tenta apagar fogo diante de suas declarações.

Novas acusações

Segundo a revista Veja, assessores do ministro teriam ajudado o policial João Dias Ferreira, pivô das acusações contra Orlando, a se livrar de uma eventual punição, orientando-o sobre como ele poderia enganar uma fiscalização pedida pelo próprio ministério.

A revista teve acesso a uma conversa (gravada pelo próprio policial) entre ele e dois assessores de Orlando Silva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Zurique - A decisão da presidente Dilma Rousseff de manter o ministro dos Esportes, Orlando Silva, tomada anteontem à noite, criou um mal-estar na Fifa e uma saia justa para a entidade, que já teme um aprofundamento da crise com o Planalto. Se por um lado, no entanto, a presidente desagradou o comando máximo do futebol mundial, se aproximou ainda mais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se empenhou pessoalmente na manutenção do ministro.

Nos últimos dias, enquanto a Fifa chegava a "anunciar" a demissão de Orlando Silva da Esplanada, Lula telefonou para o ministro, um dos remanescentes de sua gestão (2003-2010), para recomendar-lhe paciência e coragem. Em síntese, o recado do ex-presidente para Orlando foi: resista no cargo, e ele vem cumprindo a determinação.

Há dois dias, a entidade máxima do futebol sepultava ao vivo em uma coletiva transmitida a todo o mundo o ministro dos Esportes, deixando claro que já não trabalhava com ele como interlocutor para a preparação da Copa do Mundo de 2014.

"Em novembro, a ideia é a de encontrar o novo representante do governo de Dilma Rousseff que agora está liderando os trabalhos de preparação da Copa no âmbito governamental", disse Jerome Valcke, secretário-geral da entidade, na esperança de que até lá o Palácio do Planalto tivesse designado a pessoa que fará o contato com a Fifa. "Estou certo de que a presidente (Dilma) tomou a decisão certa em escolher uma pessoa, seja o que ocorrer com Orlando Silva", completou Valcke anteontem.

Mas com a decisão de Dilma de manter Orlando no cargo, pelo menos por enquanto, a Fifa passou a viver uma saia-justa. Ontem, sua direção de comunicação chegou a ligar para jornalistas que haviam escrito matérias sobre as declarações de Valcke, alertando que o secretário-geral não queria dizer o que disse e que não estava considerando Orlando Silva como demitido.

Pessoas ligadas ao Comitê Organizador Local revelaram que a entidade teme que a declaração de Valcke aprofunde ainda mais a crise entre o governo e a Fifa, numa percepção do Palácio do Planalto de que a Fifa esteja forçando uma demissão do ministro para permitir que seus interesses sejam defendidos.

Orlando Silva era visto na Fifa como o principal obstáculo para a aprovação da lei geral da Copa. Em novembro, Valcke desembarca no Brasil para uma reunião crucial com o governo. Agora, tenta apagar fogo diante de suas declarações.

Novas acusações

Segundo a revista Veja, assessores do ministro teriam ajudado o policial João Dias Ferreira, pivô das acusações contra Orlando, a se livrar de uma eventual punição, orientando-o sobre como ele poderia enganar uma fiscalização pedida pelo próprio ministério.

A revista teve acesso a uma conversa (gravada pelo próprio policial) entre ele e dois assessores de Orlando Silva. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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