Mundo

Lula inicia radioterapia nesta quarta-feira

Lula deve comparecer diariamente ao Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, por seis a sete semanas

A expectativa dos médicos é de que Lula enfrente a radioterapia tão bem quanto tolerou os três ciclos de quimioterapia (Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula)

A expectativa dos médicos é de que Lula enfrente a radioterapia tão bem quanto tolerou os três ciclos de quimioterapia (Roberto Stuckert Filho/Instituto Lula)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2012 às 15h52.

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia amanhã as sessões de radioterapia contra o câncer na laringe. Diferentemente das sessões de quimioterapia, quando permanecia internado na primeira noite de tratamento, Lula deve comparecer diariamente ao Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, por seis a sete semanas. "A internação geralmente não é necessária, só em caso de complicação", explicou Luiz Paulo Kowalski, um dos médicos da equipe que trata o ex-presidente.

A expectativa dos médicos é de que Lula enfrente a radioterapia tão bem quanto tolerou os três ciclos de quimioterapia. O ex-presidente só deve sofrer efeitos colaterais da radiação a partir da terceira ou quarta semana. "Nas primeiras semanas, os pacientes conseguem tocar suas atividades", disse Kowalski.

Durante as sessões, o paciente permanece deitado por 10 a 12 minutos no aparelho de radioterapia. A cabeça é imobilizada de modo a garantir que a radiação atinja a região a ser tratada. No caso de Lula, a radiação deve abranger, além do tumor na laringe os gânglios próximos. "Não é só laringe, é faringe e parte da boca", explicou Kowalski.

As reações mais comuns da radioterapia são mucosite (inflamação na mucosa oral), vermelhidão, escamação e inchaço na região do tratamento. Devido às pequenas úlceras que podem surgir, o paciente sente dores e dificuldade na deglutição. 


Com dificuldade para engolir, alguns pacientes emagrecem e passam a ser alimentados por sonda. "No longo prazo, a pessoa perde um pouco do apetite e perde peso", afirmou o médico. Lula já teve mucosite durante a quimioterapia, assim como queda de cabelo e fadiga, efeitos colaterais considerados normais pelos médicos.

Para evitar o agravamento dos efeitos da radioterapia na boca e na garganta, Lula também será acompanhado por dentistas. Uma nutricionista será destacada para garantir uma dieta compatível com o tratamento radioterápico do ex-presidente. A equipe de radioterapia será coordenada pelo médico João Luís Fernandes, coordenador do Serviço de Radioterapia do hospital.

Segundo Kowalski, Lula vem seguindo rigorosamente as recomendações médicas e, por isso, os efeitos colaterais sofridos até agora estão dentro do esperado. "Quando o paciente ajuda, diminui os efeitos colaterais", ressaltou Kowalski. Outro fator positivo destacado pelo médico é a motivação do ex-presidente. "Ele está muito confiante", contou.

Os médicos esperam que Lula finalize a radioterapia na semana que antecede os desfiles da escola de samba de São Paulo. O ex-presidente, que é o homenageado da Gaviões da Fiel, pretende desfilar na segunda noite do carnaval paulistano. "Tudo leva a crer que ele terá condições de desfilar", afirmou o médico.

Acompanhe tudo sobre:DoençasLuiz Inácio Lula da SilvaPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos Trabalhadores

Mais de Mundo

Trump afirma que declarará cartéis de drogas como organizações terroristas

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia