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Lula diz que críticos de Belo Monte torcem por apagão

O presidente também minimizou a importância dos boatos de que a construtora Queiroz Galvão poderá deixar o consórcio vencedor

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h37.

São Paulo - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta quinta-feira (22) o deságio do preço da tarifa de energia elétrica resultante do leilão da usina hidrelétrica de Belo Monte e disse que os críticos do projeto torcem para que também ocorra um apagão em seu governo.

O leilão ocorreu na terça (20) e teve como vencedor o consórcio liderado pela Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), Grupo Bertin e construtora Queiroz Galvão. O grupo ofereceu uma tarifa de R$ 78 o megawatt/hora, ante um preço máximo definido no leilão de R$ 83, deságio de 6,02%.

"Os argumentos dos contra é dizer que o preço foi barato. Eu achei fantástico. Nós fazemos leilão para quê? Para que a melhor oferta, e a melhor oferta é o preço da energia que vai chegar para o consumidor, ganhasse," disse o presidente a jornalistas depois de oferecer um almoço ao presidente do Líbano, Michel Sleiman.

Para Lula, as pessoas que dizem que a usina terá grandes impactos ambientais não conhecem o projeto, pois o governo reduziu a área alagada que servirá de reservatório para a hidrelétrica.

O presidente afirmou ainda que os críticos da política energética de seu governo "fazem figa" para que ocorra uma falha no fornecimento de energia elétrica para explorar politicamente o episódio.

"Orgulhosamente, eu digo para vocês: não terá apagão no Brasil, a não ser que haja uma catástrofe... Belo Monte, Jirau e Santo Antonio são coisas que nossos adversários torcem para não dar certo."

O consórcio vencedor, chamado de Norte Energia, superou o grupo Belo Monte Energia, considerado favorito na disputa e integrado por pesos-pesados do setor como as estatais Furnas e Eletrosul e também por Vale e Andrade Gutierrez, que estava envolvida no projeto há anos.

Lula minimizou as críticas de que as grandes empresas não participarão da execução do empreendimento. "Caíram fora porque quiseram," destacou. "A gente está percebendo que não é uma empresa que põe o preço que ela quer."

Ele também reduziu a importância dos comentários de que a Queiroz Galvão poderá deixar o consórcio vencedor do leilão.

"Entra quem quer e sai quem quer depois. Não tem nenhum cadeado fechando a porta... nós, enquanto Estado brasileiro e empresa pública, faremos sozinhos se for necessário fazer."

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