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Governo diz que pode construir usina sem empresas privadas

"No leilão entrou quem quis, sai quem quiser depois. Não tem cadeado algum fechando a porta. Não tem", disse presidente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva avisou hoje (22) que a Usina de Belo Monte, no Pará, será construída mesmo sem a participação de empresas privadas. A reação do presidente ocorre no momento em que a construtora Queiroz Galvão ameaça deixar o leilão. Lula comemorou a vitória judicial contra os adversários da construção da hidrelétrica e a realização do seu leilão. Segundo ele, a participação é livre e não há "cadeado" prendendo ninguém.

"No leilão entrou quem quis, sai quem quiser depois. Não tem cadeado algum fechando a porta. Não tem. Tem várias portas, quem quiser entrar entra, quem quiser sair, sai. Não tem nenhum problema. A única coisa que eu digo, é o seguinte: nós, enquanto Estado brasileiro, enquanto empresa pública faremos sozinhos, se for necessário fazer", afirmou ele, depois de evento no Itamaraty.

O presidente disse que a polêmica em torno do assunto já dura três décadas. De acordo com ele, as críticas aos governos anteriores se referem ao fato de não terem feito a usina. Segundo Lula, o processo envolvendo as discussões, os debates e até embates judiciais foi o de “maior democratização possível”.

"Nós conseguimos, no maior processo de democratização possível, legalizar e fazer o leilão de Belo Monte. Tivemos que derrotar tantas quantas liminares entraram na Justiça, agora, o argumento dos contra é dizer que o preço foi barato? Eu achei fantástico. Nós fazemos leilão para quê? Para que a melhor oferta ganhasse e a melhor oferta é o preço de energia que vai chegar para o consumidor", disse ele.

Segundo Lula, as empresas que desistiram de concorrer ficaram livres para decidir se permaneceriam na disputa. Para ele, as companhias que desistiram, fizeram uma opção. "De repente, a menor oferta ganha e as pessoas começam a dizer 'mas foi oferecido por empresas pequenas, as grandes caíram fora'. Caíram fora porque quiseram. Disputa é disputa", afirmou.

De acordo com o presidente, o país que quer ser a quinta economia do mundo na próxima década deve oferecer aos investidores a garantia de fornecimento de energia com capacidade de pelo menos cinco anos. "Por isso estamos fazendo [as hidrelétricas de] Santo Antônio, Jirau e Estreito e vamos logo logo anunciar o complexo Tapajós que será uma revolução no sistema de produção de energia hidrelétrica nesse país. É o projeto plataforma", afirmou.

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