Andrés Manuel López Obrador, presidente do México (Lucas Aguayo Araos/Anadolu Agency//Getty Images)
Agência de Notícias
Publicado em 4 de setembro de 2024 às 17h00.
Última atualização em 4 de setembro de 2024 às 17h01.
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, negou nesta quarta-feira que tenha conversado com o mandatário colombiano, Gustavo Petro, sobre as eleições venezuelanas e não deixou claro se falaria com ele e com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, como havia antecipado o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo.
“Não, não houve conversa, apenas disse que ele é meu amigo, eu o estimo, eu o respeito”, disse.
O mandatário mexicano foi questionado sobre a “provável” conversa virtual que, segundo disse Murillo ontem, os três presidentes manteriam esta quarta com o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, para expressarem suas posições em relação à crise que o país enfrenta após o eleições de 28 de julho.
López Obrador, no entanto, afirmou que respeita e ama “muito” o povo da Colômbia e também manifestou sua admiração e respeito por Petro que, reiterou, “está sujeito a fortes pressões” pois tem sido criticado por seu silêncio diante da crise venezuelana.
“Pressões de quem se sentia o dono da Colômbia, o que estava acontecendo aqui (no México), só aqui a gente avançou mais, ele avançou, mas está mais difícil”, afirmou.
Da mesma forma, enviou um “forte abraço” a Petro e ao povo colombiano e recomendou que aproveitem o tempo “para mudar as coisas, para transformar” e apelou à resistência.
“Porque os oligarcas, os privilegiados, não querem mudança nenhuma, são muito egoístas e não se esqueçam: o conservador é muito hipócrita (...) ele sofre de amnésia, esquece o que eles fazem quando governam e, de repente, se sacodem e já querem se apresentar como pombas brancas e campeões da liberdade, e campeões da democracia e paladinos da justiça”, reprovou.
A última vez que o presidente do México comentou a crise na Venezuela foi em 23 de agosto, um dia após o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) daquele país ter ratificado a vitória de Nicolás Maduro, embora López Obrador ainda não tenha reconhecido esse triunfo.
Petro e Lula têm tentado mediar a crise que a Venezuela mantém aberta desde que o órgão eleitoral anunciou a questionada vitória de Maduro nas eleições de 28 de julho.
A crise na Venezuela se agravou na última segunda com o mandado de prisão emitido pelo TSJ contra o ex-candidato presidencial da oposição González Urrutia.