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Longe de acordo sobre a Síria, G8 realiza cúpula blindada

Os chefes de Estado e de Governo de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão, França, Itália, Canadá e Rússia estarão reunidos durante dois dias

G8: nesta cúpula, Cameron quer levar adiante compromissos contra a fraude e a evasão fiscal. (AFP/Miguel Medina)
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Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2013 às 16h41.

Enniskillen - A cúpula do G8 , formada pelos países mais industrializados do mundo mais a Rússia, começou nesta segunda-feira em um isolada e idílica paragem norte-irlandesa, dominada pelas diferenças sobre o conflito da Síria e rodeada de um dispositivo de segurança sem precedentes.

Os chefes de Estado e de Governo de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão, França, Itália, Canadá e Rússia estarão reunidos durante dois dias no exclusivo hotel de Lough Erne, à beira de um lago, protegidos por uma cerca de sete quilômetros e por um esquema policial nunca visto nesta província britânica de passado conflituoso.

Sob céu nublado e chuva intermitente, o G8 evidenciou desde o início suas diferenças internas sobre o conflito na Síria entre partidários e opositores do regime de Bashar al Assad, que causou mais de 90 mil mortes em dois anos e que marcará a agenda política do encontro.

Enquanto o anfitrião, o primeiro-ministro do Reino Unido David Cameron, e o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, falavam da necessidade de uma solução pacífica e não se pronunciavam sobre armar os rebeldes sírios, o presidente americano Barack Obama aposta nesta opção, à qual se opõe frontalmente o líder russo Vladimir Putin.

O G8 chega a Lough Erne, perto da tranquila cidade de Enniskillen, depois que os EUA asseguraram que há evidências que o regime sírio utilizou armas químicas contra os rebeldes e após a rejeição da Rússia à criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Síria por considerar que viola o direito internacional.


A cúpula dos países mais ricos do mundo durará apenas 24 horas, das 11h30 (de Brasília) de hoje até aproximadamente a mesma hora de amanhã, mas tem uma agenda muito aperta que inclui debates sobre a economia global, a liberalização comercial, a luta contra o terrorismo, a transparência e o combate contra a evasão fiscal.

Hoje a primeira sessão plenária tratou o estado da economia mundial, que o G8 concorda que se encontra em melhor situação que na reunião do ano passado em Camp David (EUA), como destacaram alguns dos participantes.

Segundo Van Rompuy, a eurozona superou "a ameaça existencial" que pairava há um ano sobre a moeda única e a União Europeia pode assegurar aos países do G8 que sua situação econômica melhorou desde então.

Nos encontros bilaterais e o jantar de trabalho, centrado em política externa, foi deixado um pouco de lado o conflito da Síria, recorrente nesta cúpula realizada no mesmo dia em que o jornal "The Guardian" denunciou uma possível espionagem do Reino Unido durante as reuniões do G20 em 2009 para participar das negociações em situação vantajosa.

Pouco antes que começasse o encontro, Obama, Cameron e os representantes da UE, todos eles sem gravata, anunciaram o início oficial em julho das negociações de um tratado de livre-comércio entre EUA e UE, que poderia demorar dois anos para ser concluído.


"Acho que estas negociações serão difíceis e vamos ter sensibilidades que teremos que abordar", destacou o presidente dos EUA, enquanto o premiê britânico falou de "uma oportunidade em uma geração" para criar "mais empregos, preços mais baixos e ajuda para as famílias trabalhadoras".

Nesta cúpula, Cameron quer levar adiante compromissos contra a fraude e a evasão fiscal, perante o crescente escândalo pelas estratégias que as multinacionais utilizam para evitar pagar impostos no país no qual operam, através de paraísos fiscais.

Impostos, transparência e comércio é o lema eleito pelo premiê britânico para a reunião, que evitou abordar os países em desenvolvimento e as estratégias contra a pobreza, como ocorreu na última cúpula britânica em Gleneagles (Escócia) em 2005, algo que Cameron justifica pela necessidade de garantir a recuperação.

"Este enfoque nos permite ir diretamente às causas da pobreza e não em seus sintomas", ressaltou o líder conservador britânico, para quem a liberalização comercial é fundamental para a melhoria econômica global.

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Enniskillen - A cúpula do G8 , formada pelos países mais industrializados do mundo mais a Rússia, começou nesta segunda-feira em um isolada e idílica paragem norte-irlandesa, dominada pelas diferenças sobre o conflito da Síria e rodeada de um dispositivo de segurança sem precedentes.

Os chefes de Estado e de Governo de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão, França, Itália, Canadá e Rússia estarão reunidos durante dois dias no exclusivo hotel de Lough Erne, à beira de um lago, protegidos por uma cerca de sete quilômetros e por um esquema policial nunca visto nesta província britânica de passado conflituoso.

Sob céu nublado e chuva intermitente, o G8 evidenciou desde o início suas diferenças internas sobre o conflito na Síria entre partidários e opositores do regime de Bashar al Assad, que causou mais de 90 mil mortes em dois anos e que marcará a agenda política do encontro.

Enquanto o anfitrião, o primeiro-ministro do Reino Unido David Cameron, e o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, falavam da necessidade de uma solução pacífica e não se pronunciavam sobre armar os rebeldes sírios, o presidente americano Barack Obama aposta nesta opção, à qual se opõe frontalmente o líder russo Vladimir Putin.

O G8 chega a Lough Erne, perto da tranquila cidade de Enniskillen, depois que os EUA asseguraram que há evidências que o regime sírio utilizou armas químicas contra os rebeldes e após a rejeição da Rússia à criação de uma zona de exclusão aérea sobre a Síria por considerar que viola o direito internacional.


A cúpula dos países mais ricos do mundo durará apenas 24 horas, das 11h30 (de Brasília) de hoje até aproximadamente a mesma hora de amanhã, mas tem uma agenda muito aperta que inclui debates sobre a economia global, a liberalização comercial, a luta contra o terrorismo, a transparência e o combate contra a evasão fiscal.

Hoje a primeira sessão plenária tratou o estado da economia mundial, que o G8 concorda que se encontra em melhor situação que na reunião do ano passado em Camp David (EUA), como destacaram alguns dos participantes.

Segundo Van Rompuy, a eurozona superou "a ameaça existencial" que pairava há um ano sobre a moeda única e a União Europeia pode assegurar aos países do G8 que sua situação econômica melhorou desde então.

Nos encontros bilaterais e o jantar de trabalho, centrado em política externa, foi deixado um pouco de lado o conflito da Síria, recorrente nesta cúpula realizada no mesmo dia em que o jornal "The Guardian" denunciou uma possível espionagem do Reino Unido durante as reuniões do G20 em 2009 para participar das negociações em situação vantajosa.

Pouco antes que começasse o encontro, Obama, Cameron e os representantes da UE, todos eles sem gravata, anunciaram o início oficial em julho das negociações de um tratado de livre-comércio entre EUA e UE, que poderia demorar dois anos para ser concluído.


"Acho que estas negociações serão difíceis e vamos ter sensibilidades que teremos que abordar", destacou o presidente dos EUA, enquanto o premiê britânico falou de "uma oportunidade em uma geração" para criar "mais empregos, preços mais baixos e ajuda para as famílias trabalhadoras".

Nesta cúpula, Cameron quer levar adiante compromissos contra a fraude e a evasão fiscal, perante o crescente escândalo pelas estratégias que as multinacionais utilizam para evitar pagar impostos no país no qual operam, através de paraísos fiscais.

Impostos, transparência e comércio é o lema eleito pelo premiê britânico para a reunião, que evitou abordar os países em desenvolvimento e as estratégias contra a pobreza, como ocorreu na última cúpula britânica em Gleneagles (Escócia) em 2005, algo que Cameron justifica pela necessidade de garantir a recuperação.

"Este enfoque nos permite ir diretamente às causas da pobreza e não em seus sintomas", ressaltou o líder conservador britânico, para quem a liberalização comercial é fundamental para a melhoria econômica global.

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