Liga Árabe aprovou, no último domingo, um pacote de duras sanções econômicas sem precedentes à Síria (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de novembro de 2011 às 17h52.
Cairo - A Liga Árabe expressou nesta terça-feira sua disposição para cessar as sanções impostas contra a Síria de forma imediata caso o país aceite uma missão de observadores, disse o secretário-geral da organização, Nabil al Arabi.
Em declarações ao canal iraquiano 'Al Sumeria', Al Arabi qualificou de 'incorretas' as recentes declarações do ministro de Relações Exteriores sírio, Walid al Moualem, nas quais criticava a Liga Árabe por fechar todas as portas do diálogo com Damasco e promover a interferência estrangeira na Síria.
Al Arabi reiterou que 'todas as resoluções sobre a crise síria confirmaram o desejo da organização pan-árabe de resolver o problema em um marco árabe e rejeitar a intervenção estrangeira'.
No último domingo, a Liga Árabe aprovou um pacote de duras sanções econômicas sem precedentes à Síria depois que esse país rejeitou cumprir com o plano árabe estipulado para deter a violência no país e permitir a entrada de uma missão de observadores internacionais, entre outros pontos.
Dentre as sanções, está a cessação dos intercâmbios comerciais e financeiros com o Governo da Síria - com exceção das mercadorias necessárias para a população, assim como das transações com o Banco Central Sírio.
Segundo Al Moualem, a Síria não assinou o protocolo da missão de observadores porque nela não se estipulava claramente a coordenação entre a equipe de observadores e as autoridades sírias para que pudessem desempenhar seus trabalhos em território sírio.
No entanto, o secretário-geral da Liga Árabe negou que os observadores fossem se movimentar sem a coordenação dessas autoridades. 'A Liga Árabe rejeitou a proposta da Síria porque esta esvaziava de conteúdo o protocolo', disse Al Arabi, que explicou que a Síria se negou a autorizar a visita da missão a hospitais, prisões e centros de detenção.
Apesar das sanções, a Liga Árabe continua disposta a propiciar uma solução à crise na Síria, onde mais de 3,5 mil pessoas morreram desde que iniciaram os protestos -duramente reprimidos - contra o regime de Bashar al Assad em meados de março, segundo números da ONU.