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Líderes de oposição pedem ao governo de Teerã que ouça o povo

Milhares de pessoas desafiaram a proibição governamental de participar em uma manifestação em Teerã

Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã: 2 manifestantes morreram (Spencer Platt/Getty Images)

Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã: 2 manifestantes morreram (Spencer Platt/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 16 de fevereiro de 2011 às 10h57.

Teerã - Dois dirigentes da oposição iraniana, Mir Hossein Mussavi e Mehdi Karubi, pediram ao governo que "ouça o povo", em declarações publicadas nesta quarta-feira por vários sites opositores.

Milhares de pessoas desafiaram a proibição governamental de participar em uma manifestação em Teerã, na segunda-feira, convocada por Mussavi e Karubi, lançando consignas hostis ao poder.

Foram registrados dois mortos e vários feridos a bala. Inúmeros manifestantes foram presos pelas forças de ordem.

"Eu os alerto, abram os ouvidos antes que seja tarde demais, e ouçam a voz do povo", afirmou o ex-presidente reformador do parlamento, Mehdi Karubi, em carta publicada em seu site Sahamnews.org.

"As ações violentas e a hostilidade ante as exigências da população só podem ajudar a manter a situação atual durante certo tempo. Aprendam a lição do destino dos poderes que se afastaram do povo", acrescentou Karubi, aludindo às recentes revoltas no Egito e na Tunísia.

Karubi e o ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mussavi se encontram sob prisão domiciliar de fato desde as manifestações de segunda.

Em uma carta em separado, publicada no site Kaleme.com, Mussavi criticou as autoridades e manifestou sua satisfação pelas manifestações de segunda-feira. "A manifestação gloriosa de 25 Bahman (14 de fevereiro) é um grande êxito do povo e do Movimento Verde", escreveu.


Nesta quarta-feira, o regime islâmico iraniano convocou um comício para sexta-feira contra os "chefes da sedição", em referência aos líderes opositores denunciados pelas autoridades após as manifestações de segunda-feira.

O Conselho para a Coordenação da Propaganda Islâmica, que organiza as grandes manifestações populares do poder, anunciou em um comunicado esta manifestação "contra os chefes da sedição", os opositores Mussavi e Karoubi.

"A população de Teerã participará, depois da oração de sexta-feira, em uma importante manifestação", indicou um comunicado o Conselho.

Segundo o órgão, os manifestantes "expressarão sua ira e seu ódio pelos crimes selvagens e repugnantes dos chefes da sedição e seus aliados hipócritas (ou seja, o principal grupo opositor armado, os Mudjahedines do Povo, NDLR) e monarquistas", acrescentou o comunicado.

Incidentes foram registrados nesta quarta-feira durante o funeral de uma das vítimas das manifestações antigovernamentais de segunda-feira.

"Alguns incidentes afetaram estudantes e outras pessoas que participavam no funeral do mártir Sanee Jaleh na Universidade de Artes de Teerã", afirma o site da emissora, que atribui os problemas a "um pequeno número de pessoas aparentemente vinculadas ao movimento de sedição" (como o governo chama a oposição).

De acordo com o canal, os defensores do poder forçaram a retirada dos opositores.

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