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Líder do cartel mexicano "Los Zetas" é capturado

Miguel Ángel Treviño foi preso em uma operação da Marinha mexicana próximo a fronteira com os Estados Unidos

Polícia federal mexicana escolta membro do grupo Los Zetas em 2011: Treviño é acusado de formação de quadrilha, homicídios, tortura, lavagem de dinheiro e por matar imigrantes, disse porta-voz do gabinete de Segurança do México (Yuri Cortéz/AFP)

Polícia federal mexicana escolta membro do grupo Los Zetas em 2011: Treviño é acusado de formação de quadrilha, homicídios, tortura, lavagem de dinheiro e por matar imigrantes, disse porta-voz do gabinete de Segurança do México (Yuri Cortéz/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 09h13.

Cidade do México - O líder do cartel mexicano das drogas "Los Zetas", Miguel Ángel Treviño, também conhecido por "Z-40", foi capturado em uma operação da Marinha, confirmou nesta segunda-feira à AFP um funcionário do gabinete de segurança do governo do presidente Enrique Peña Nieto.

Miguel Ángel Treviño, considerado o sanguinário líder dos "Zetas", foi preso em uma operação militar na região da cidade de Nuevo Laredo, na fronteira com os Estados Unidos.

"Esta madrugada foi detido por elementos da Marinha do México Miguel Ángel Treviño Morales, de 40 anos (...). É acusado de formação de quadrilha, homicídios, tortura, lavagem de dinheiro e por matar imigrantes", disse Eduardo Sánchez, porta-voz do gabinete de Segurança.

Segundo Sánchez, a Marinha procurava Treviño há meses e a captura foi resultado de uma ampla operação, terrestre e aérea, em uma área de 27 km a sudoeste de Nuevo Laredo, limítrofe à cidade texana de Laredo.

O porta-voz acrescentou que Treviño foi preso sem qualquer disparo, quando se deslocava em uma caminhonete por uma estrada de terra.

Os militares detiveram ainda os dois homens que viajavam com Treviño: o contador dos "Zetas" e um segurança do líder.

No veículo foram apreendidos "dois milhões de dólares e oito armas longas".

Treviño se tornou chefe dos "Zetas" após a morte, em outubro de 2012, de Heriberto Lazcano ("El Lazca"), durante uma operação da Marinha mexicana.


O departamento americano de Estado oferecia cinco milhões de dólares e o governo mexicano, 30 milhões pela captura de Treviño.

A prisão de Treviño é a mais importante durante a presidência de Enrique Peña Nieto (2012-2018), que substituiu em dezembro passado Felipe Calderón, cujo mandato esteve marcado pela violência entre narcotraficantes, com mais de 70 mil assassinatos.

Os "Zetas" surgiram no final da década de 90, quando membros do grupo de elite do Exército mexicano desertaram para formar a guarda pessoal do então líder do Cartel do Golfo, Osiel Cárdenas Guillén, detido em 2003 e extraditado para os Estados Unidos.

Em 2010, após anos de expansão, os "Zetas" romperam com o Cartel do Golfo, o que deflagrou uma sangrenta disputa no nordeste do país.

Os "Zetas" também enfrentam o Cartel de Sinaloa, liderado pelo homem mais procurado do México, Joaquín "El Chapo" Guzmán, pelo controle das rotas de narcotráfico para os Estados Unidos.

Além do tráfico de drogas, os "Zetas" estão envolvidos em extorsão, roubo de combustível e tráfico e sequestro de imigrantes.

O grupo é apontado como o autor do massacre de 72 imigrantes da América Central e América do Sul em um rancho de Tamaulipas, em agosto de 2010.

Os "Zetas" também são acusados da morte de 52 pessoas em um cassino de Monterrey, no norte do México, que foi incendiado em agosto de 2011 por homens armados.

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