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Líder democrata sobe tom, pede renúncia de Netanyahu e novas eleições em Israel

Crítica reflete ainsatisfação com a guerra dentro do partido e o afastamento entre autoridades em Washington e Tel-Aviv

Chuck Schumer, líder democrata no Senado dos EUA (Anna Moneymaker/Getty Images)

Chuck Schumer, líder democrata no Senado dos EUA (Anna Moneymaker/Getty Images)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 14 de março de 2024 às 20h56.

O líder democrata no Senado dos EUA, Chuck Schumer, chamou o primeiro-ministro de Israel, Benyamin Netanyahu, de obstáculo para paz e pediu novas eleições no país.

O discurso desta quinta-feira, 14, reflete a crescente insatisfação com a guerra dentro do partido e é mais um sinal de afastamento entre autoridades em Washington e Tel-Aviv. Do lado republicano, a declaração foi alvo de críticas.

Em duro discurso de 40 minutos, Schumer, o político judeu a ocupar o posto mais alto nos EUA, disse que Netanyahu perdeu o rumo, colocou sua sobrevivência política à frente dos interesses de Israel, se cercou de extremistas e tem sido muito tolerante com o custo humano da guerra. "Acredito que uma nova eleição assim que a guerra começar a diminuir daria aos israelenses a oportunidade de expressar sua visão do futuro pós-guerra", disse.

O democrata, que tem sido um dos defensores mais vocais de Tel-Aviv dentro do Partido Democrata, pontuou que o apoio a Israel tem atingido mínimas históricas em todo mundo. E alertou: "Israel não poderá sobreviver caso se torne um pária".

Em resposta, o Likud, partido do primeiro-ministro israelense, disse que Israel não é uma "república de bananas" e criticou a solução de dois Estados, defendida pelos EUA para o futuro pós-guerra. "Ao contrário das palavras de Schumer, o público israelense apoia a vitória total sobre o Hamas, rejeita quaisquer ditames internacionais para estabelecer um estado terrorista palestino e se opõe ao retorno da Autoridade Palestina a Gaza".

De acordo com o site Político, o democrata compartilhou previamente a sua posição à Casa Branca, o que demonstra como até mesmo as autoridades mais simpáticas a Israel, como o próprio Schumer e o presidente Joe Biden tem perdido a paciência com o governo Netanyahu. A Casa Branca não comentou as declarações do senador.

Os Estados Unidos são o principal aliado de Israel, com o fornecimento de armas e o apoio diplomático em votações na ONU, usando o seu poder de veto para barrar resoluções que pediam por cessar-fogo. Mais recentemente, no entanto, Joe Biden tem aumentado a pressão por uma pausa nos combates que permita o aumento da ajuda humanitária e a libertação dos reféns. O presidente chegou a dizer que a ofensiva, lançada após o ataque terrorista do Hamas, é "exagerada".

A guerra criou um dilema dentro do partido, como mostraram as primárias, com árabes-americanos impulsionando o voto de protesto contra Biden pelo apoio a Israel, principalmente no Michigan e Minnesota

Em resposta ao Schumer, o senador Mitch McConnell, líder da minoria republicana no Senado, chamou de "grotesco e hipócrita" o pedido por novas eleições em Israel. "O Partido Democrata não tem um problema anti-Bibi", disse, referindo-se ao apelido de Netanyhu. "Tem um problema anti-Israel".

Na mesma linha, o presidente da Câmara Mike Johnson, do Partido Republicano, disse que o pedido por novas eleições em Israel inapropriado. "É simplesmente errado que um líder americano desempenhe um papel tão divisivo", afirmou.

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