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Líder de novo partido grego defende eleições em setembro

Lafazanis, do Unidade Popular, se reuniu hoje com o presidente do conservador Nova Democracia e ambos criticaram a data de 20 de setembro


	Lafazanis (E) e o presidente grego Pavlopoulos: "As eleições não podem acontecer antes de 27 de setembro. Peço ao presidente que permita ao povo estar bem informado antes das eleições"
 (Reuters / Stoyan Nenov)

Lafazanis (E) e o presidente grego Pavlopoulos: "As eleições não podem acontecer antes de 27 de setembro. Peço ao presidente que permita ao povo estar bem informado antes das eleições" (Reuters / Stoyan Nenov)

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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2015 às 14h32.

Atenas - O líder do mais novo partido de esquerda da Grécia, Unidade Popular, uma dissidencia do governante Syriza, Panagiotis Lafazanis, sugeriu a realização de eleições dia 27 de setembro, durante uma rodada de contatos que mantém com outros de partidos para tentar formar um governo.

Após estrear ontem seu período de três dias, Lafazanis se reuniu hoje com o presidente do conservador Nova Democracia, Vangelis Meimarakis, que anteriormente estava no mandato, e ambos criticaram a data de 20 de setembro.

Segundo a imprensa local, que cita fontes da presidência, a intenção do chefe de Estado, Prokopis Pavlopoulos, é que as eleições aconteçam 20 de setembro, já que seria a data mais próxima de acordo com o procedimento constitucional.

Depois de Lafazanis entregar o mandato nesta quinta-feira, Pavlopoulos deve convocar os líderes dos partidos para explorar a possibilidade de formar um governo de amplo apoio.

A imprensa sugere que Pavlopoulos anunciará por telefone que não cabe formar um executivo de consenso porque o Syriza, seu antigo parceiro de coalizão, os conservadores Gregos Independentes e os comunistas do KKE já se recusaram a participar dele.

"O presidente da República não pode tomar uma decisão como se fosse um líder do Maximu (a sede do governo). As eleições não podem acontecer antes de 27 de setembro. Peço ao presidente que permita ao povo estar bem informado antes das eleições", disse Lafazanis à imprensa após o encontro de hoje.

Já Meimarakis afirmou que é "obrigatório" que haja uma reunião presencial dos líderes "independentemente da vontade de alguns de não estar presente".

Meimarakis se referiu assim à recusa do primeiro-ministro interino , Alexis Tsipras, de se reunir com ele e com Lafazanis durante seus mandatos de formação de governo e de participar da reunião dos líderes.

Se não houver, como tudo aponta, a formação de um Executivo de amplo consenso, Pavlopoulos deve convocar um dos três presidentes do Supremo Tribunal para que forme um gabinete interino.

Após a posse do primeiro-ministro interino, o parlamento seria dissolvido, novas eleições convocadas e se daria por iniciada a campanha eleitoral.

Para este pleito, Lafazanis e o líder do partido liberal To Potami, Stavros Theodorakis, propuseram a reforma da cláusula da lei eleitoral que dá 50 cadeiras extras (em um parlamento de 300) ao partido mais votado.

Uma proposta que dificilmente será aprovada, porque o projeto de lei deve ser apresentado pelo Executivo interino e aprovado pela câmara antes de sua dissolução.

Para se preparar para a eleição, o Syriza realizará este fim de semana uma conferência nacional na qual elaborará as listas e o programa eleitoral.

A porta-voz do governo interino, Olga Gerovasili, afirmou hoje que o Syriza precisa ir às urnas para obter um "novo mandato forte" e mostrou confiança que conseguirão maioria absoluta.

"É necessário para o país, e os cidadãos gregos sabem, a estabilidade, não só econômica e social, mas também no panorama político. É necessário para que possamos seguir adiante", disse Gerovasili em entrevista à rádio "Real FM".

A porta-voz defendeu o acordo para o terceiro resgate alcançado pelo governo de Tsipras com as instituições credoras, já que contém "pontos positivos", um plano de financiamento para três anos e a possível promessa de abordar a questão da dívida.

"O outro elemento importante do acordo é terem se formado as condições para que o Syriza abra o debate sobre a inviabilidade da dívida grega", disse, em referência ao compromisso dos credores de abordar uma possível reestruturação se os resultados da primeira avaliação, prevista para outubro, forem positivos.

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