Encontro entre Rússia e Coreia do Norte: "Consideramos bem-vindos os contatos que vêm se desenvolvendo nos últimos meses entre a Coreia do Norte e do Sul" (KCNA/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 31 de maio de 2018 às 10h54.
Última atualização em 31 de maio de 2018 às 13h44.
Tóquio - O líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, se reuniu nesta quinta-feira com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, que está em Pyongyang para uma visita na qual Moscou espera reafirmar a sua influência antes da cúpula prevista entre Kim e o presidente dos EUA, Donald Trump, em Singapura no mês que vem.
Moscou permaneceu em grande parte nos bastidores enquanto Kim fez uma aproximação diplomática com Seul, Pequim e Washington ao longo dos últimos meses. Mas a visita de Lavrov sugere que a Rússia quer ter certeza de que está sendo informada das intenções da Coreia do Norte.
Lavrov transmitiu os "calorosos cumprimentos e melhores votos" do presidente da Rússia, Vladimir Putin, para os "grandes empreendimentos" de Kim na península coreana. Ele também expressou o apoio de Moscou a um acordo entre Kim e o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, alcançado em uma cúpula no mês passado que se concentrou em medidas para aliviar as hostilidades entre as Coreias. Um vídeo do início da reunião mostrou que Lavrov convidou Kim para ir a Moscou e elogiou o líder norte-coreano pelos novos projetos na capital norte-coreana.
Segundo a mídia russa, Lavrov também discutiu maneiras de expandir as relações entre os dois países durante uma reunião com o ministro das Relações Exteriores norte-coreano, Ri Yong Ho.
"Consideramos bem-vindos os contatos que vêm se desenvolvendo nos últimos meses entre a Coreia do Norte e do Sul, entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos", disse Lavrov, em comentários para a mídia.
"Consideramos bem-vindas as cúpulas que já ocorreram entre Pyongyang e Seul, bem como reuniões planejadas entre lideranças norte-coreanas e norte-americanas."
Ele prometeu apoio da Rússia à desnuclearização e a um esforço mais amplo para criar paz estável e duradoura na região, mas indicou que Moscou acredita que as sanções podem ser flexibilizadas enquanto o processo está em andamento, o que diverge da posição dos EUA de que a desnuclearização deve vir em primeiro lugar.
"É absolutamente óbvio que, quando começa uma conversa sobre como resolver o problema nuclear e outros problemas da Península da Coreia, partimos do fato de que a decisão não pode ser completa enquanto as sanções ainda estiverem em curso", disse.