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Europeus realizam operação de evacuação de refugiados

O primeiro voo decolou no início da tarde desta quinta-feira com 168 refugiados a bordo

Estrangeiros que trabalham na Líbia desembarcam de navio na ilha de Malta (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 21h50.

Última atualização em 8 de fevereiro de 2017 às 16h57.

Djerba - Os europeus, com os franceses à frente, começaram nesta quinta-feira a pôr em prática uma ponte aérea para retirar da Tunísia milhares de egípcios que fugiram da Líbia, numa tentativa de evitar o caos e as epidemias.

Sinal do compromisso europeu, a comissária Kristalina Georgieva, encarregada da cooperação internaconal, da ajuda humanitária e da reação às crises, anunciou nesta quinta-feira do sul tunisiano a triplicação da ajuda financeira concedida pela UE, que passará a 30 milhões de euros.

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O dinheiro, segundo o Commissariado, servirá para responder "às necessidades mais urgentes da população que atravessa as fronteiras líbias": alimentos, tendas, cobertores, ajuda médica...

Georgieva visitou o posto de Ras Jedid, na fronteira, em companhia do ministro húngaro das Relações Europeias Eniko Gyori (a Hungria preside a UE no momento).

Uma equipe médica francesa, com vinte profissionais, chegou ao aeroporto de Djerba, no sul da Tunísia, onde se prepara para evacuar por mar e ar 5.000 egípcios.

Três aviões de grande porte foram mobilizados, para duas viagens de ida e volta nesta quinta-feira. O mesmo esquema está previsto para sexta-feira e sábado.

O primeiro voo decolou no início da tarde desta quinta-feira com 168 refugiados a bordo.

Paralelamente, o porta-helicópteros francês Mistral estava sendo aguardado neste sábado no porto de Djerba para embarcar 800 egípcios. Levará três dias para chegar ao Cairo.

Primeiros beneficiários desta "fuga para o Egito", centenas de egípcios começaram a deixar na manhã desta quinta-feira a fronteira tunisiana com a Líbia, em dezenas de ônibus. Direção: aeroporto de Djerba e o porto de Zarzis, constatou uma jornalista da AFP.

Filas intermináveis de espera serpenteavam em torno da estrada próxima ao campo de Chucha, a sete quilômetros do posto de Ras Jédir, onde 15.000 pessoas estão sendo acolhidas pelo exército tunisiano, pelo Crescente Vermelho e a ONU, que instalaram centenas de tendas no local.

Pela manhã, um dirigente da Organização Mundial de Saúde (OMS) insistiu em Túnis sobre a urgência de agir para evitar um risco crescente de epidemias.

"Temos uma concentração de várias dezenas de milhares de pessoas. Todos os ingredientes estão lá para uma explosão epidêmica", alertou Eric Laroche, subsecretário da OMS para as intervenções sanitárias em caso de crise, que retornava de missão no sul tunisiano.

Segundo o escritório de informação da ONU na Tunísia, 90.000 pessoas atravessaram a fronteira com a Líbia desde 20 de fevereiro, 7.561 só na quarta-feira.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, anunciou o envio de três navios militares para trazer de volta ao Egito cerca de 4.000 refugiados, essencialmente egípcios.

A Espanha também prevê fretar um avião de ajuda humanitária.

Já o Alto Comissariado da Onu para os refugiados (HCR) informou nesta quinta-feira que contava dobrar a capacidade de acolhida do campo na fronteira líbio-tunisiana de 10.000 ára 20.000 pessoas, declarou à AFP o porta-voz, Adrian Edwards.

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