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Legislativas se convertem em referendo sobre Netanyahu

As eleições se tornaram em grande medida um referendo a favor ou contra Netanyahu, de 65 anos, primeiro-ministro conservador desde março de 2009

As eleições se tornaram em grande medida um referendo a favor ou contra Netanyahu, de 65 anos, primeiro-ministro conservador desde março de 2009 (Nicholas Kamm/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de março de 2015 às 11h07.

Jerusalém - Os israelenses votarão na próxima terça-feira em eleições legislativas incertas e convertidas em um referendo sobre o mandato de Benjamin Netanyahu, líder de um país que enfrenta ameaças à sua segurança e importantes desafios sociais.

As eleições se tornaram em grande medida um referendo a favor ou contra Netanyahu, de 65 anos, primeiro-ministro conservador desde março de 2009 e que está há quase uma década no poder se for contado seu primeiro mandato, entre 1996 e 1999.

"Continuar ou não com Netanyahu é a grande questão porque está no poder há muito tempo", explica Tamir Sheafer, professor de ciência política. Trata-se do segundo maior período de exercício do poder desde David Ben Gurion, o fundador do Estado de Israel.

Os 5,8 milhões de eleitores israelenses convocados a votar na terça-feira entre as 07h00 (02h00 de Brasília) e as 22h00 talvez precisem esperar vários dias, ou até semanas, para conhecer o nome de seu próximo chefe de governo.

Se os resultados forem tão apertados quanto está previsto, as eleições serão o prelúdio de intensas negociações para saber se Netanyahu, seu principal adversário trabalhista Isaac Herozg ou algum outro dos 120 deputados que serão eleitos na terça-feira é o melhor para formar o governo.

Netanyahu admitiu nesta quinta-feira que o risco de perder é real. As últimas pesquisas mostram um avanço de alguns assentos do partido de centro-esquerda.

O futuro primeiro-ministro terá várias tarefas: proteger o país contra ameaças de guerra, frear o avanço do jihadismo e a influência iraniana, enfrentar a ofensiva diplomática palestina, lidar com as pressões internacionais, restaurar os laços com os Estados Unidos e preservar a vitalidade econômica, assim como combater uma das maiores lacunas sociais dos países desenvolvidos.

Homem forte para governar

"Não vamos brincar com nosso futuro, nem com o de nossos filhos", declarou Netanyahu, que se apresentou nos últimos anos como um escudo diante de um entorno regional hostil.

Sua campanha culminou em Washington, onde desafiou a Casa Branca e advertiu sobre as consequências, segundo ele nefastas, de um possível acordo com o Irã sobre seu programa nuclear.

"Foi-se o tempo em que os israelenses queriam um homem forte (...) para o próximo líder querem alguém carismático que resolva todos os problemas", ressalta Tamir Sheafer. "No entanto Herzog não é esse líder carismático", disse o especialista.

Os discursos alarmistas de Netanyahu sobre a segurança e as polêmicas sobre seu estilo de vida permitiram que ele se esquivasse das críticas de Herzog e de Livni sobre o custo da habitação ou o encarecimento da vida, que agora são as principais preocupações dos israelenses.

Mas nos últimos dias a União Sionista registrou um avanço. O último trabalhista que governou Israel foi Ehud Barak, que terminou seu mandato em 2001.

Tzipi Livni é consciente de que, em um sistema eleitoral que fomenta as alianças entre pequenos partidos, não basta ficar em primeiro. Seu partido Kadima conquistou a maioria dos assentos em 2009, mas precisou ceder o lugar a Netanyahu para o posto de primeiro-ministro.

O sistema eleitoral israelense assegura uma ampla representação no Parlamento (Kneset) de todas as correntes políticas do país.

Segundo a nova regra, aprovada em 2014 por iniciativa da coalizão governamental de Netanyahu, é necessário obter um mínimo de 3,25% dos votos para entrar no hemiciclo (antes eram necessários 2%).

Herzog acordou com Livni que cada um assumirá o posto de primeiro-ministro durante dois anos em caso de vitória.

Os especialistas preveem um governo de união a cargo ou de Netanyahu, ou de Herzog, ou ainda de ambos, em caso de um acordo para compartilhar o poder.

Moshé Kahlon, ex-membro do Likud e atualmente líder do novo partido de centro-direita Kulanu, pode ser uma possível peça chave após as eleições.

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Jerusalém - Os israelenses votarão na próxima terça-feira em eleições legislativas incertas e convertidas em um referendo sobre o mandato de Benjamin Netanyahu, líder de um país que enfrenta ameaças à sua segurança e importantes desafios sociais.

As eleições se tornaram em grande medida um referendo a favor ou contra Netanyahu, de 65 anos, primeiro-ministro conservador desde março de 2009 e que está há quase uma década no poder se for contado seu primeiro mandato, entre 1996 e 1999.

"Continuar ou não com Netanyahu é a grande questão porque está no poder há muito tempo", explica Tamir Sheafer, professor de ciência política. Trata-se do segundo maior período de exercício do poder desde David Ben Gurion, o fundador do Estado de Israel.

Os 5,8 milhões de eleitores israelenses convocados a votar na terça-feira entre as 07h00 (02h00 de Brasília) e as 22h00 talvez precisem esperar vários dias, ou até semanas, para conhecer o nome de seu próximo chefe de governo.

Se os resultados forem tão apertados quanto está previsto, as eleições serão o prelúdio de intensas negociações para saber se Netanyahu, seu principal adversário trabalhista Isaac Herozg ou algum outro dos 120 deputados que serão eleitos na terça-feira é o melhor para formar o governo.

Netanyahu admitiu nesta quinta-feira que o risco de perder é real. As últimas pesquisas mostram um avanço de alguns assentos do partido de centro-esquerda.

O futuro primeiro-ministro terá várias tarefas: proteger o país contra ameaças de guerra, frear o avanço do jihadismo e a influência iraniana, enfrentar a ofensiva diplomática palestina, lidar com as pressões internacionais, restaurar os laços com os Estados Unidos e preservar a vitalidade econômica, assim como combater uma das maiores lacunas sociais dos países desenvolvidos.

Homem forte para governar

"Não vamos brincar com nosso futuro, nem com o de nossos filhos", declarou Netanyahu, que se apresentou nos últimos anos como um escudo diante de um entorno regional hostil.

Sua campanha culminou em Washington, onde desafiou a Casa Branca e advertiu sobre as consequências, segundo ele nefastas, de um possível acordo com o Irã sobre seu programa nuclear.

"Foi-se o tempo em que os israelenses queriam um homem forte (...) para o próximo líder querem alguém carismático que resolva todos os problemas", ressalta Tamir Sheafer. "No entanto Herzog não é esse líder carismático", disse o especialista.

Os discursos alarmistas de Netanyahu sobre a segurança e as polêmicas sobre seu estilo de vida permitiram que ele se esquivasse das críticas de Herzog e de Livni sobre o custo da habitação ou o encarecimento da vida, que agora são as principais preocupações dos israelenses.

Mas nos últimos dias a União Sionista registrou um avanço. O último trabalhista que governou Israel foi Ehud Barak, que terminou seu mandato em 2001.

Tzipi Livni é consciente de que, em um sistema eleitoral que fomenta as alianças entre pequenos partidos, não basta ficar em primeiro. Seu partido Kadima conquistou a maioria dos assentos em 2009, mas precisou ceder o lugar a Netanyahu para o posto de primeiro-ministro.

O sistema eleitoral israelense assegura uma ampla representação no Parlamento (Kneset) de todas as correntes políticas do país.

Segundo a nova regra, aprovada em 2014 por iniciativa da coalizão governamental de Netanyahu, é necessário obter um mínimo de 3,25% dos votos para entrar no hemiciclo (antes eram necessários 2%).

Herzog acordou com Livni que cada um assumirá o posto de primeiro-ministro durante dois anos em caso de vitória.

Os especialistas preveem um governo de união a cargo ou de Netanyahu, ou de Herzog, ou ainda de ambos, em caso de um acordo para compartilhar o poder.

Moshé Kahlon, ex-membro do Likud e atualmente líder do novo partido de centro-direita Kulanu, pode ser uma possível peça chave após as eleições.

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