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Lavrov acusa Kiev de querer expulsar russos da Ucrânia

Ministro das Relações Exteriores russo denunciou que o objetivo da operação do exército ucraniano no leste é expulsar maioria étnica russa


	Tropas ucranianas em Lugansk: chanceler também criticou principais governos do Ocidente
 (Valentyn Ogirenko/Reuters)

Tropas ucranianas em Lugansk: chanceler também criticou principais governos do Ocidente (Valentyn Ogirenko/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2014 às 13h44.

Moscou - O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, denunciou nesta segunda-feira que o objetivo da operação militar do Exército ucraniano no leste do país é a expulsão da maioria étnica russa que vive há séculos nessa zona.

"Parece que o objetivo da operação antiterrorista é apagar do mapa o leste (da Ucrânia), para que os russos saiam dali, e depois seguramente repovoar a zona com aqueles que tenham outro ponto de vista sobre a história, a cultura, a amizade e as relações centenárias que unem nossos povos", disse Lavrov.

O chefe da diplomacia russa também carregou contra os meios de comunicação ocidentais por não dar suficiente atenção à tragédia humanitária vivida pela população civil das regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, palco de combates entre as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia.

"Voltei a ver de novo (o canal de notícias europeu) "Euronews" e não ouvi nada da Ucrânia. Falam de qualquer coisa, mas não da tragédia, que já tem tinturas de uma catástrofe humanitária", lamentou o ministro russo em Sochi (sudoeste), segundo declarações recolhidas pela agência "Interfax".

Lavrov acusou o Ocidente e seus meios de comunicação de "distorcer a imagem real do que acontece, desviar a atenção das medidas que são tomadas para reprimir pela força os que não estão de acordo com a revolta armada", que é como chamam em Moscou a derrocada em fevereiro do presidente Viktor Yanukovich.

O chefe da Chancelaria russa também fez uma dura crítica contra as principais capitais do Ocidente por sua interpretação do conflito no leste da Ucrânia e suas consequências para a população civil.

"Se é certo o que comunicaram os gabinetes de imprensa de Londres, Washington e Berlim (...) sobre seus líderes terem pactuado de que não há necessidade de ajuda humanitária para o leste da Ucrânia porque já estão sendo tomandas todas as medidas, trata-se de uma degradante amostra de cinismo", protestou.

Pouco antes, o ministro russo tinha anunciado que Moscou já pactuou com as autoridades ucranianas o início de uma missão humanitária sob o auspício da Cruz Vermelha Internacional para socorrer a população do leste da Ucrânia.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) reconheceu na semana passada que pelo menos 730 mil ucranianos fugiram de seu país para se refugiar na Rússia desde que começou o conflito no leste da Ucrânia.

Outros 117 mil ucranianos são deslocados internos dentro do país, embora a Acnur acredite que o número real possa ser maior, já que os homens preferem ocultar essa condição do governo ucraniano para não ser chamados para as fileiras ou por temor de represálias contra suas casas.

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