Moscou - O ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, denunciou nesta segunda-feira que o objetivo da operação militar do Exército ucraniano no leste do país é a expulsão da maioria étnica russa que vive há séculos nessa zona.
"Parece que o objetivo da operação antiterrorista é apagar do mapa o leste (da Ucrânia), para que os russos saiam dali, e depois seguramente repovoar a zona com aqueles que tenham outro ponto de vista sobre a história, a cultura, a amizade e as relações centenárias que unem nossos povos", disse Lavrov.
O chefe da diplomacia russa também carregou contra os meios de comunicação ocidentais por não dar suficiente atenção à tragédia humanitária vivida pela população civil das regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, palco de combates entre as forças de Kiev e os separatistas pró-Rússia.
"Voltei a ver de novo (o canal de notícias europeu) "Euronews" e não ouvi nada da Ucrânia. Falam de qualquer coisa, mas não da tragédia, que já tem tinturas de uma catástrofe humanitária", lamentou o ministro russo em Sochi (sudoeste), segundo declarações recolhidas pela agência "Interfax".
Lavrov acusou o Ocidente e seus meios de comunicação de "distorcer a imagem real do que acontece, desviar a atenção das medidas que são tomadas para reprimir pela força os que não estão de acordo com a revolta armada", que é como chamam em Moscou a derrocada em fevereiro do presidente Viktor Yanukovich.
O chefe da Chancelaria russa também fez uma dura crítica contra as principais capitais do Ocidente por sua interpretação do conflito no leste da Ucrânia e suas consequências para a população civil.
"Se é certo o que comunicaram os gabinetes de imprensa de Londres, Washington e Berlim (...) sobre seus líderes terem pactuado de que não há necessidade de ajuda humanitária para o leste da Ucrânia porque já estão sendo tomandas todas as medidas, trata-se de uma degradante amostra de cinismo", protestou.
Pouco antes, o ministro russo tinha anunciado que Moscou já pactuou com as autoridades ucranianas o início de uma missão humanitária sob o auspício da Cruz Vermelha Internacional para socorrer a população do leste da Ucrânia.
O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) reconheceu na semana passada que pelo menos 730 mil ucranianos fugiram de seu país para se refugiar na Rússia desde que começou o conflito no leste da Ucrânia.
Outros 117 mil ucranianos são deslocados internos dentro do país, embora a Acnur acredite que o número real possa ser maior, já que os homens preferem ocultar essa condição do governo ucraniano para não ser chamados para as fileiras ou por temor de represálias contra suas casas.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)