Exame Logo

Lars Von Trier: declaração sobre Hitler foi uma estupidez

Diretor dinamarquês disse que fala sobre o líder nazista foi uma piada e pediu desculpas

Lars Von Trier: "Fui um estúpido" (Francois Guillot/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2011 às 14h10.

Cannes, França - O diretor dinamarquês Lars von Trier, que foi considerado persona non grata no Festival de Cannes, mas cujo filme "Melancolia" continua participando da competição, reconheceu nesta sexta-feira que seu comentário sobre Adolf Hitler foi uma estupidez.

"Sou o primeiro a lamentar que haja gente que tenha se sentido ferida. Fui um estúpido", declarou o diretor a um grupo de jornalistas a vários quilômetros de Cannes.

"Agora sei o que fiz", disse em referência ao fato de ter sido considerado persona non grata pelo Conselho de Direção do festival.

Na última quarta-feira, na entrevista coletiva de apresentação de seu filme, Von Trier pronunciou elogios a Hitler e se declarou simpatizante do nazismo.

No entanto, nesta sexta-feira ele assegurou que tudo foi uma piada em resposta a pergunta de um jornalista.

"Estava apenas tentado distrair as pessoas", declarou.

Além disso, responsabilizou seu inglês, que, segundo ele, "não é muito bom".

"Pensei que as pessoas achariam que se tratava de uma piada. Mas elas não encararam assim", lamentou.

Von Trier afirmou que, de agora em adiante, pensará bem antes de participar de entrevistas coletivas com muitos jornalistas, pois, segundo ele, "se trata de uma situação estúpida".

Apesar disso, continuou falando em tom irônico: "Se estou excluído da competição? Acho que não. Apenas não posso me aproximar a menos de cem metros do festival".

"Eu gostaria de saber o que aconteceria se me aproximasse a menos de cem metros (do festival). Não faço ideia. A princípio, o título de "persona non grata" me deixou muito orgulhoso", revelou.

Ele disse ainda que, apesar de não estar orgulhoso de sua declaração, a expressão lhe soa bem: "E isto tem a ver com minha personalidade. E sei que minha família também estaria", declarou Trier.

"A única coisa que lamento é que tive um conceito muito bom e um bom apoio do Festival de Cannes (...), portanto lamento que este contato tenha sido perdido", acrescentou.


Ele disse ainda que "qualquer criminoso que tenha feito um filme que seja suficientemente bom para o Festival de Cannes teria que estar lá".

"Mas, se cometeu algum crime, certamente teria que ir para a prisão", ressaltou.

"Parece que há um rótulo com o que se pode e não se pode dizer no Festival de Cannes", protestou.

"Existe um pouco de nazista em cada um de nós, sem dúvida. E está aí, sob a superfície, e é preciso ser consciente disso. E também está o pequeno ser humano (que pode haver) dentro de Hitler", disse.

Para Von Trier, "é muito fácil dizer que foi sua culpa (de Hitler), que se não tivesse nascido não teria ocorrido a Segunda Guerra Mundial".

"Isso é fácil demais e não é uma maneira sã de se ver as coisas", ressaltou.

Segundo ele, "é ridículo que as pessoas" não queiram que diga que respeita Albert Speer como arquiteto do Terceiro Reich alemão, pois "foi um arquiteto maravilhoso, com uma visão".

"Não o respeito por ter sido um criminoso de guerra, mas pelo que fez do ponto de vista artístico", acrescentou.

Veja também

Cannes, França - O diretor dinamarquês Lars von Trier, que foi considerado persona non grata no Festival de Cannes, mas cujo filme "Melancolia" continua participando da competição, reconheceu nesta sexta-feira que seu comentário sobre Adolf Hitler foi uma estupidez.

"Sou o primeiro a lamentar que haja gente que tenha se sentido ferida. Fui um estúpido", declarou o diretor a um grupo de jornalistas a vários quilômetros de Cannes.

"Agora sei o que fiz", disse em referência ao fato de ter sido considerado persona non grata pelo Conselho de Direção do festival.

Na última quarta-feira, na entrevista coletiva de apresentação de seu filme, Von Trier pronunciou elogios a Hitler e se declarou simpatizante do nazismo.

No entanto, nesta sexta-feira ele assegurou que tudo foi uma piada em resposta a pergunta de um jornalista.

"Estava apenas tentado distrair as pessoas", declarou.

Além disso, responsabilizou seu inglês, que, segundo ele, "não é muito bom".

"Pensei que as pessoas achariam que se tratava de uma piada. Mas elas não encararam assim", lamentou.

Von Trier afirmou que, de agora em adiante, pensará bem antes de participar de entrevistas coletivas com muitos jornalistas, pois, segundo ele, "se trata de uma situação estúpida".

Apesar disso, continuou falando em tom irônico: "Se estou excluído da competição? Acho que não. Apenas não posso me aproximar a menos de cem metros do festival".

"Eu gostaria de saber o que aconteceria se me aproximasse a menos de cem metros (do festival). Não faço ideia. A princípio, o título de "persona non grata" me deixou muito orgulhoso", revelou.

Ele disse ainda que, apesar de não estar orgulhoso de sua declaração, a expressão lhe soa bem: "E isto tem a ver com minha personalidade. E sei que minha família também estaria", declarou Trier.

"A única coisa que lamento é que tive um conceito muito bom e um bom apoio do Festival de Cannes (...), portanto lamento que este contato tenha sido perdido", acrescentou.


Ele disse ainda que "qualquer criminoso que tenha feito um filme que seja suficientemente bom para o Festival de Cannes teria que estar lá".

"Mas, se cometeu algum crime, certamente teria que ir para a prisão", ressaltou.

"Parece que há um rótulo com o que se pode e não se pode dizer no Festival de Cannes", protestou.

"Existe um pouco de nazista em cada um de nós, sem dúvida. E está aí, sob a superfície, e é preciso ser consciente disso. E também está o pequeno ser humano (que pode haver) dentro de Hitler", disse.

Para Von Trier, "é muito fácil dizer que foi sua culpa (de Hitler), que se não tivesse nascido não teria ocorrido a Segunda Guerra Mundial".

"Isso é fácil demais e não é uma maneira sã de se ver as coisas", ressaltou.

Segundo ele, "é ridículo que as pessoas" não queiram que diga que respeita Albert Speer como arquiteto do Terceiro Reich alemão, pois "foi um arquiteto maravilhoso, com uma visão".

"Não o respeito por ter sido um criminoso de guerra, mas pelo que fez do ponto de vista artístico", acrescentou.

Acompanhe tudo sobre:ArteCelebridadesCinemaEntretenimentoEscândalosFestivaisFraudes

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame