Kim Jong Un: Seul tinha acusado Pyongyang de utilizar recursos que seriam de Kaesong para desenvolver tecnologia de armas nucleares (KCNA / Reuters)
Da Redação
Publicado em 24 de fevereiro de 2016 às 08h59.
Seul - A Coreia do Norte afirmou nesta quarta-feira que o lançamento de seu satélite espacial custou US$ 1,5 bilhão (quase R$ 6 bilhões) e negou ter usado recursos do complexo industrial conjunto de Kaesong, fechado pela Coreia do Sul, para pô-lo em órbita.
É a primeira vez que o regime dos Kim apresenta um número concreto sobre o custo de seu polêmico projeto espacial, que segundo a comunidade internacional esconde um programa de desenvolvimento de mísseis de longo alcance.
O Conselho de Cooperação Econômica norte-coreano, em comunicado divulgado hoje, respondeu com esta informação as recentes acusações do governo sul-coreano.
Seul tinha acusado Pyongyang de utilizar recursos que seriam do complexo conjunto de Kaesong, o último projeto econômico que ainda vigorava entre as duas Coreias, para desenvolver tecnologia de armas nucleares e foguetes de longo alcance.
"Se levarmos em conta que o salário pago aos trabalhadores da Coreia do Norte era de US$ 100 ao mês, é uma piada afirmar que utilizamos o dinheiro para o desenvolvimento do foguete", argumentou o Conselho norte-coreano no comunicado.
Em 10 de fevereiro, a Coreia do Sul fechou unilateralmente Kaesong, onde 124 empresas sul-coreanas fabricavam produtos utilizando a barata mão-de-obra de 54 mil trabalhadores norte-coreanos, em represália pelo suposto teste de mísseis da Coreia do Norte.
Seul argumentou que grande parte dos aproximadamente US$ 100 milhões ao ano do orçamento dos salários acabavam na verdade com o regime de Kim Jong-un, e em último caso serviam para financiar seus programas nuclear e de mísseis.
"Nosso primeiro teste nuclear subterrâneo foi realizado em outubro de 2006, e o primeiro produto do Complexo Industrial de Kaesong foi fabricado em dezembro de 2006", argumentou o órgão estatal norte-coreano no comunicado.
A Coreia do Norte está sob grande pressão, já que tanto a Coreia do Sul como Estados Unidos e Japão aplicaram novas sanções econômicas após os testes, nuclear em janeiro e de mísseis em fevereiro, e o Conselho de Segurança da ONU endurecerá suas medidas punitivas em breve com uma nova resolução.