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Labubu gera 'crise bancária': China proíbe banco de usar boneca como incentivo; entenda

Reguladores barram promoções com brinquedos colecionáveis para evitar distorção na concorrência e proteger margens já pressionadas por juros baixos

 (Popmart/Reprodução)

(Popmart/Reprodução)

Publicado em 10 de junho de 2025 às 08h27.

Autoridades da China proibiram um banco local de oferecer bonecas colecionáveis Labubu como incentivo para captação de depósitos. A medida reflete a crescente disputa entre instituições financeiras por clientes em um cenário de margens de juros e lucratividade em queda.

O braço da Administração Nacional de Regulação Financeira (NFRA) em Zhejiang orientou os bancos locais a interromperem promoções não conformes com as regras do setor, de acordo com fontes familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg.

A decisão ocorreu após o Ping An Bank lançar uma campanha oferecendo as bonecas Labubu associados a celebridades como Lisa, do grupo de K-pop Blackpink, para novos clientes que depositassem 50 mil yuans (US$ 6.960) por três meses.

A campanha do Ping An Bank viralizou nas redes sociais chinesas, mas também recebeu críticas da mídia estatal, que a classificou como "não sustentável a longo prazo".

Práticas semelhantes, como a distribuição de eletrodomésticos, alimentos ou assinaturas de plataformas digitais, têm sido comuns no setor, mas, segundo as fontes, pressionam os custos dos bancos e reduzem suas margens.

Concorrência acirrada

Os bancos chineses enfrentam o desafio de atrair depósitos enquanto lidam com margens historicamente baixas. Em maio, grandes bancos do país reduziram as taxas de depósito a prazo, pressionando instituições menores a fazerem o mesmo, com alguns retornos caindo para pouco mais de 1%.

A reguladora de Zhejiang determinou a suspensão imediata de promoções irregulares e a remoção de materiais publicitários relacionados. Não há confirmação se outras regionais da NFRA adotarão medidas semelhantes.

Procurada pela Bloomberg, a reguladora não respondeu imediatamente, enquanto o Ping An Bank afirmou que a ação foi um projeto local de pequeno porte, sem comentar detalhes.

Desde 2018, a China proíbe que bancos comerciais captem depósitos por meio de "métodos inadequados", como brindes ou devolução de valores em dinheiro. A restrição visa coibir práticas que distorcem a concorrência e impactam a saúde financeira do setor.

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