Kucyznski e novo ministro: "Precisamos por nossas diferenças de lado por esse objetivo maior, que é a união", disse Kuczynski (Guadalupe Pardo/Reuters)
EFE
Publicado em 9 de janeiro de 2018 às 21h28.
Lima - O presidente do Peru, Pedro Pablo Kuczynski, promoveu nesta terça-feira uma grande reforma ministerial, com mudanças no comando de nove pastas e a promessa de manter "diálogo permanente" com os cidadãos.
O gabinete segue comandado pela economista Mercedes Araóz, mas tem mudanças, por exemplo, no Ministério de Relações Exteriores, agora comandado pela advogada Cayetana Aljovín. Javier Barreda foi indicado para o Ministério do Trabalho, uma nomeação que fez o Partido Aprista anunciar sua expulsão imediata.
Após a posse dos novos ministros, Kuczynski prometeu um governo próximo das pessoas e de suas necessidades, disposto a solucionar os problemas enfrentados pelos peruanos no dia a dia, colocando o Estado ao serviço do povo, e não dos interesses pessoais.
"Precisamos por nossas diferenças de lado por esse objetivo maior, que é a união", disse Kuczynski, citando a crise política aberta depois de ter decidido conceder um indulto ao ex-presidente Alberto Fujimori, que cumpria uma pena de 25 anos de prisão.
No início da cerimônia de posse, Kucyznski cometeu uma gafe e disse que Aljovín assumiria o Ministério de Energia e Minas, cargo que ocupava anteriormente. O erro gerou risos entre os presentes.
"Isso ocorreu porque não li bem o cartão que me deram", disse o presidente antes de corrigir o equívoco.
José Arista assumiu o Ministério da Agricultura. Jorge Melendéz é o novo ministro de Desenvolvimento e Inclusão Social. O Ministério da Saúde será agora liderado por Abel Salinas. Já o Ministério da Defesa terá no comando Jorge Kisic.
O novo ministro da Cultura é Alejandro Neyra. Lieneke Schol assume o Ministério da Produção. Já Ángela Grossheim passa a ocupar o cargo de Aljovín no Ministério de Energia e Minas.
No término da cerimônia, Kuczynski falou sobre a crise gerada no país por causa do pedido de cassação de seus vínculos com a construtora brasileira Odebrecht e o indulto concedido a Fujimori.
O presidente disse que concluiu uma etapa muito importante de seu governo e afirmou que, em dias "profunda reflexão", conversou com os diferentes grupos políticos peruanos com boa vontade.
"Os últimos 30 dias foram provavelmente inéditos na nossa vida política, hoje vivemos momentos de crispação, mas devemos apostar no entendimento para devolver a estabilidade ao nosso país", sugeriu.
"Talvez a reconciliação seja um objetivo difícil de alcançar, mas não vou parar até obtê-la", disse Kuczynski.
"É natural que existam diferenças entre nós, esse é o sentido da democracia. No entanto, apesar de nossas diferenças, peço a todos que nos unamos para combater os verdadeiros problemas da nossa nação: a pobreza, a desigualdade nos serviços, a insegurança e a corrupção", concluiu o presidente.