Mundo

Kremlin chama as acusações da viúva de Navalny de 'infundadas'

Yulia Navalnaya afirmou que o presidente russo Vladimir Putin está por trás da morte na prisão de seu marido

Yulia Navalnaya, viúva do opositor russo Alexei Navalny, em Munique, (Kai Pfaffenbach/Getty Images)

Yulia Navalnaya, viúva do opositor russo Alexei Navalny, em Munique, (Kai Pfaffenbach/Getty Images)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 13h08.

O Kremlin chamou nesta terça-feira, 20, de "infundadas" as acusações da viúva de Alexei Navalny, que afirmou na véspera que o presidente Vladimir Putin está por trás da morte na prisão de seu marido, o principal opositor do governo russo.

"Estas são obviamente acusações amplas e completamente infundadas contra o chefe do Estado russo, mas como Yulia Navalnaya ficou viúva há poucos dias, não farei comentários", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

"Vladimir Putin matou meu marido, Alexei Navalny. Putin matou o pai dos meus filhos. (...) Com ele, ele queria matar nosso espírito, nossa liberdade, nosso futuro", disse Yulia Navalnaya na segunda-feira, que prometeu que ela manteria a luta de seu falecido marido.

"Não me importa como o porta-voz de um assassino comenta as minhas declarações", reagiu Navalnaya nesta terça-feira na rede social X, respondendo a Peskov.

"Devolvam o corpo de Alexei e deixe-nos enterrá-lo com dignidade, não nos impeçam de nos despedir dele", afirmou.

A mãe do ativista, Liudmila Navalnaya, reforçou o pedido em um vídeo no qual instou Putin a entregar "sem demora" o corpo de seu filho.

"Faço um pedido a você, Vladimir Putin, a solução para este problema depende apenas de você. Permita ver meu filho. Peça para que o corpo de Alexei seja devolvido sem demora para que eu possa enterrá-lo de maneira humana", declarou a mulher.

O porta-voz do Kremlin também justificou as detenções de pessoas que prestaram homenagem a Navalny colocando flores diante de monumentos em memória das vítimas da repressão soviética.

"As forças de segurança atuam no âmbito da lei", disse ele.

Navalny, que cumpria pena de 19 anos de prisão por "extremismo" em uma colônia penal no Ártico russo, morreu em 16 de fevereiro, segundo anunciaram as autoridades penitenciárias.

Advogado de profissão, Navalny ficou conhecido na década de 2010 com vídeos nos quais denunciava a corrupção. Também ajudou a organizar em 2011 e 2012 grandes manifestações da oposição, duramente reprimidas.

As autoridades russas recusaram-se até agora a entregar o corpo de Navalny à sua família, usando como justificativa o trabalho dos legistas. Os seus apoiadores acreditam que o governo russo está tentando ocultar um assassinato, o que o Kremlin também negou.

Segundo Peskov, Putin foi "informado" da morte de Navalny, mas não comentou o assunto.

Acompanhe tudo sobre:RússiaVladimir Putin

Mais de Mundo

Yamandú Orsi, da coalizão de esquerda, vence eleições no Uruguai, segundo projeções

Mercosul precisa de "injeção de dinamismo", diz opositor Orsi após votar no Uruguai

Governista Álvaro Delgado diz querer unidade nacional no Uruguai: "Presidente de todos"

Equipe de Trump já quer começar a trabalhar em 'acordo' sobre a Ucrânia