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Kodak abrigou reator nuclear durante 30 anos em Nova York

Reator estava em uma câmara subterrânea e abrigava mais de um quilo de urânio altamente enriquecido

A existência do reator nuclear aparecia em vários documentos federais, mas não era especificada sua localização exata (Guy Solimano/Getty images)

A existência do reator nuclear aparecia em vários documentos federais, mas não era especificada sua localização exata (Guy Solimano/Getty images)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 20h53.

Nova York - A empresa de produtos fotográficos Kodak abrigou durante 30 anos um reator nuclear do tamanho de um refrigerador em sua sede central de Rochester, no estado de Nova York, utilizada para experimentar técnicas de revelação, sem que as autoridades locais soubessem.

O reator estava em uma câmara subterrânea, embaixo de um dos edifícios de Kodak, e abrigava mais de um quilo de urânio altamente enriquecido. O material, usado para elaborar armas nucleares, foi retirado de depósitos de máxima segurança em 2007, informou nesta segunda-feira o jornal local ''Democrat and Chronicle''.

A existência do reator nuclear aparecia em vários documentos federais, mas não era especificada sua localização exata. Por isso, nem as autoridades de Rochester nem os vizinhos sabiam do reator, enterrado em um bunker atrás de paredes de concreto de 60 centímetros.

Um porta-voz de Kodak, Christopher Veronda, afirmou que não encontrou nenhum documento ou registro de algum anúncio público por parte da companhia sobre a existência do reator, nem que informasse à Polícia ou os bombeiros.

''Era um fato conhecido, mas não foi bem divulgado'', ressaltou Albert Filo, um antigo cientista de Kodak que trabalhou durante 20 anos com o aparelho na investigação dos nêutrons, partículas subatômicas que podem extrair imagem de um material sem danificá-lo.

O cientista citado pelo jornal de Rochester garantiu que o reator não representava ''nenhum risco'' para o público nem para os empregados e destacou que a radiação emitida nas operações não era detectada fora das instalações.

Um investigador do Centro para a não-proliferação de Armas Nucleares, Miles Pomper, assegurou que este é um caso ''estranho, porque as companhias privadas não têm este tipo de materiais''. Desde os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, a informação sobre usinas nucleares são restrita nos Estados Unidos.

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