Mundo

Kirchner classifica incidente com Morales como "humilhação"

A presidente argentina criticou duramente o fato do avião presidencial boliviano ter sido "ilegalmente detido na velha Europa"


	A presidente da Argentina, Cristina Kirchner: Cristina Kirchner assegurou que este episódio foi "um vestígio de um colonialismo vergonhoso".
 (AFP)

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner: Cristina Kirchner assegurou que este episódio foi "um vestígio de um colonialismo vergonhoso". (AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2013 às 16h37.

Buenos Aires - A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, classificou nesta quarta-feira a atitude dos países europeus, que fecharam seus espaços aéreos ao avião do líder boliviano, Evo Morales, como uma "humilhação ao continente sul-americano".

Durante o ato de posse da nova cúpula das Forças Armadas da Argentina, a presidente argentina criticou duramente o fato do avião presidencial boliviano ter sido "ilegalmente detido na velha Europa", mesmo tendo "imunidade absoluta e indiscutível".

"Achamos que o ato constitui não só uma humilhação a uma nação irmã, mas também ao continente sul-americano", ressaltou a presidente argentina.

O avião presidencial boliviano, que partiu ontem à noite desde Moscou com destino a La Paz, foi forçado a aterrissar em Viena, onde ficou por durante 13 horas.

França e Itália se negaram a dar a permissão ao avião de Morales sobrevoar seu espaço aéreo, enquanto Portugal lhe negou dar autorização de aterrissagem tanto em Lisboa como Porto por suspeitar que o mesmo transportava o ex-técnico da CIA Edward Snowden, procurado pelos Estados Unidos.

Após a recusa de Portugal, o governo espanhol emitiu uma autorização para que o avião presidencial boliviano aterrissasse nas Ilhas Canárias, onde fez uma escala, explicou hoje a embaixadora da Bolívia na Espanha, María do Carmen Almendras.


Cristina Kirchner assegurou que este episódio foi "um vestígio de um colonialismo vergonhoso" e, por isso, deve servir aos líderes sul-americanos entender a necessidade de uma unidade regional.

"Sabemos que vivemos em um mundo globalizado e devemos ter relações com todos, mas desde a soberania", completou.

Além da rejeição de Cristina Kirchner, o governo do Chile também rejeitou hoje o tratamento que alguns países da Europa deram ao presidente da Bolívia, Evo Morales.

"O Governo do Chile lamenta e rejeita a situação à qual foi exposto o presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, o senhor Evo Morales Ayma, quando retornava (...) a seu país", assinalou uma declaração oficial do Ministério das Relações Exteriores do Chile.

Por conta deste incidente, vários países da Unasul pediram a convocação de uma reunião extraordinária do organismo para expressar seu respaldo a Morales e ao seu país. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaArgentinaCristina KirchnerEvo MoralesPolíticos

Mais de Mundo

Novas autoridades sírias anunciam acordo para dissolução dos grupos armados

Porto de Xangai atinge marca histórica de 50 milhões de TEUs movimentados em 2024

American Airlines retoma voos nos EUA após paralisação nacional causada por problema técnico

Papa celebra o Natal e inicia o Jubileu 2025, 'Ano Santo' em Roma