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Kim Jong-nam teria se recusado a liderar governo no exílio

Segundo relatos publicados pela imprensa sul-coreana, grupos de exilados norte-coreanos teriam oferecido a possibilidade a Kim

Kim Jong-nam: o norte-coreano se mostrava crítico ao sistema de sucessão de poder de Pyongyang (Joongang Ilbo/News1/Reuters)

Kim Jong-nam: o norte-coreano se mostrava crítico ao sistema de sucessão de poder de Pyongyang (Joongang Ilbo/News1/Reuters)

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EFE

Publicado em 22 de fevereiro de 2017 às 09h57.

Seul - O falecido Kim Jong-nam, irmão mais velho do atual líder da Coreia do Norte Kim Jong-un, se recusou a liderar um hipotético governo no exílio na Europa ou nos Estados Unidos, informou nesta quarta-feira o jornal sul-coreano "The Korea Times".

Grupos de exilados norte-coreanos nestas regiões ofereceram esta possibilidade durante anos a Kim, que se mostrava contrário à ideia ao considerar que não contribuiria para terminar com o sistema de sucessão de poder hereditário de Pyongyang com o qual se mostrava crítico.

Assim o garantiu à publicação sul-coreana o secretário-geral da Associação Internacional da Coreia do Norte para os Direitos Humanos e a Democracia em Londres, o refugiado Kim Joo-il, que manteve contato regular com o falecido até junho do ano passado.

Os dois se conheceram em dezembro de 2014 na China, quando o primogênito de Kim Jong-il acabava de retornar de Pyongyang após comparecer à cerimônia do terceiro aniversário da morte de seu pai, segundo o relato do chefe da associação londrina.

A última vez que Kim Joo-il reiterou seu pedido foi em junho de 2016, e o fez através de um professor universitário em Cingapura, onde Kim Jong-nam se encontrava naquele momento.

Kim sempre alegou falta de interesse na política e que liderar tal governo seria praticar a mesma sucessão hereditária do poder que existe no regime; no entanto, se mostrava otimista sobre a reforma da Coreia do Norte, explicou o refugiado e ativista.

Outros grupos de exilados teriam concebido um governo no exílio liderado por Kim Jong-nam ou por seu tio e meio irmão de seu pai, Kim Pyong-il, segundo indicaram diversas fontes à publicação.

Kim Pyong-il, filho mais novo do fundador do regime, Kim Il-sung, e sua segunda esposa, vive fora da Coreia do Norte desde o fim dos anos 1970 e foi embaixador em vários países europeus, entre eles a República Tcheca.

Kim Jong-nam foi assassinado no dia 13 de fevereiro deste ano após ser supostamente envenenado por duas mulheres no aeroporto de Kuala Lumpur, onde tomaria um voo de volta a Macau, na China, local de seu exílio voluntário.

Kim Jong-nam já foi considerado como o melhor posicionado para suceder seu pai à frente do regime comunista, mas vivia sem praticamente nenhuma exposição pública, além das críticas que fez ao regime e a seu sistema de sucessão veiculadas por um jornalista japonês.

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