Mundo

Kamala Harris pede que apoiadores parem de pedir prisão de Trump

Democrata fez dois comícios nesta quarta ao lado do candidato ao vice, Tim Walz

Kamala Harris, durante comício em Eau Claire, Wisconsin, na quarta, 7 de agosto (Scott Olson/AFP)

Kamala Harris, durante comício em Eau Claire, Wisconsin, na quarta, 7 de agosto (Scott Olson/AFP)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 7 de agosto de 2024 às 21h23.

Última atualização em 7 de agosto de 2024 às 21h27.

Detroit, Michigan - A vice-presidente Kamala Harris fez dois comícios de campanha nesta quarta, 9. Em ambos, um momento se repetiu: seus apoiadores pediram a prisão de Donald Trump, e ela pediu que parassem.

Após ouvir gritos de "lock him up" (tranque ele), Kamala interveio. "Segurem. Os tribunais vão lidar com isso. Nós vamos vencer ele em novembro", disse a democrata, em referência ao mês da eleição presidencial.

Os pedidos de prisão vieram quando Kamala repetiu que foi procuradora e, assim, sabe "o tipo de Donald Trump". Ela contou que atuou em casos envolvendo golpes contra estudantes, abuso sexual e fraudes, e que o republicano teve acusações e condenações por crimes do tipo.

Kamala disse ainda que Trump, se for reeleito, poderá trazer perigo ao país por ter direito à imunidade presidencial,  reafirmada pela Suprema Corte em decisão neste ano. "Ele sugeriu que iria exterminar a Constituição. Ele nunca mais pode ficar atrás do selo de presidente. Nunca de novo", disse.

Kamala e o candidato a vice, Tim Walz, estiveram de tarde em Eua Claire, Wisconsin. No começo da noite, foram a Detroit, Michigan, em um evento montado em um hangar em uma área afastada do aeroporto internacional de Detroit.

O comício em Detroit foi o que reuniu mais gente na campanha até agora, segundo Walz. Mais cedo, foi informado que mais de dez mil pessoas estiveram presentes. A campanha tem buscado ressaltar que os eventos tem atraído grande público.

Durante o evento, ao menos três vezes os políticos no palco --inclusive Kamala-- pararam suas falas para pedir apoio médico a pessoas na plateia que estavam passando mal. O evento foi feito em um lugar fechado, em um dia quente de verão em Detroit, em que a temperatura estava em torno dos 30 ºC.

Além de o lugar ser abafado, era preciso chegar horas antes do início do comício para passar pelos procedimentos de segurança, comuns em eventos que envolvem o presidente ou a vice-presidente do país. A fala de Kamala estava prevista para 19h (20h em Brasília), mas começou quase uma hora depois.

Kamala também ressaltou sua defesa dos direitos reprodutivos para as mulheres, como o acesso ao aborto, e que

Passado como técnico

No palco, Walz contou um pouco de sua história e buscou se posicionar como um homem simples do meio-oeste. Ele contou que nasceu em uma cidade pequena, onde fazer parte de uma comunidade era algo muito importante, que serviu na Guarda Nacional e depois foi professor de ensino médio e técnico de futebol na escola.

Walz também fez ataques a Trump. "Vivemos a pior crise em uma geração quando Trump era presidente. Ele subestimou a Covid, a economia foi ao chão. Ele defende a liberdade, mas acha que o governo tem o direito de invadir o sigilo de exames médicos. Se não gosta de um livro, apenas não leia. Cuide da sua vida", disse.

O candidato a vice também contou que teve uma filha com ajuda de fertilização in vitro e acusou os republicanos de querer banir a prática.

Antes de Kamala e Walz, políticos de Michigan falaram sobre as linhas gerais da campanha democrata, colocá-la como uma defensora dos direitos das mulheres e uma aposta no futuro e fazer ataques à chapa republicana.

"Nós não vamos voltar ao passado. Kamala Harris resolve problemas. O outro cara é o problema, mas não vamos recuar", disse Gretchen Whitmer, governadora de Michigan. "Você não compraria um carro usado deste cara. Como ele vai ajudar a indústria automotiva?"

"Aqui no meio-oeste, todos conhecemos alguém como J.D. Vance, que fala de cima para baixo com as pessoas, que defende a liberdade, mas só para si. Temos a chance de escolher que tipo de meio-oeste queremos", disse Alyssa Slotkin, deputada que disputa uma vaga no Senado por Michigan neste ano.

yt thumbnail

Maratona de comícios

Kamala e Walz fazem nesta semana uma maratona de comícios e visitarão sete estados decisivos em cinco dias.

O roteiro começou na terça de noite, na Filadélfia, Pensilvânia. Nesta quarta, os dois estiveram de tarde em Eau Claire, Wisconsin, antes do comício em Detroit.

Na quinta de noite, haverá comício em Research Triangle, Carolina do Norte. Sexta, haverá eventos em Savannah, Geórgia, e Phoenix, Arizona. A viagem terminará em Las Vegas, Nevada, no sábado.

Acompanhe tudo sobre:Kamala HarrisDonald TrumpEleições EUA 2024

Mais de Mundo

Venezuela: Brasil, Colômbia e México decidem manter posição de insistir em atas eleitorais

Biden diz 'não estar confiante' de transição pacífica de poder se Trump perder eleição contra Kamala

Manifestantes antirracistas tomam as ruas do Reino Unido após ameaça de protestos da extrema direita

Promotora venezuelana é presa após se recusar a processar protestos contrários a Maduro

Mais na Exame