Kamala Harris se prepara para enfrentar Donald Trump em debate decisivo
Vice-presidente terá sua primeira chance de confrontar o ex-presidente em debate que pode redefinir a corrida presidencial
Redator na Exame
Publicado em 9 de setembro de 2024 às 06h04.
Última atualização em 10 de setembro de 2024 às 12h03.
A vice-presidente Kamala Harris faz, nesta terça, 10, um debate contra o ex-presidente Donald Trump, que poderá mexer com os rumos das eleições presidenciais nos Estados Unidos, que vive um cenário de empate.
O programa começa às 22h (hora de Brasília) e terá 1h30 de duração. No Brasil, será exibido pelos canais GloboNews e CNN.
Para Kamala, um dos desafios é se apresentar de forma convincente ao público, especialmente aos eleitores que ainda não estão familiarizados com suas propostas. Apesar de sua trajetória como procuradora-geral da Califórnia e senadora, Harris é menos conhecida do que Trump, que já foi presidente dos Estados Unidos e tem uma longa trajetória na política e no entretenimento.
Para o jornal Financial Times, a principal tarefa de Harris seria definir sua candidatura de forma a destacar uma visão de futuro, enquanto explora as fraquezas de Trump. Muitos estrategistas democratas acreditam que ela deve focar em apresentar um plano claro de mudanças para o país, evitando ficar presa em defesas da administração de Joe Biden, que enfrenta críticas em áreas como economia e imigração.
Harris escolheu a cidade de Pittsburgh, na Pensilvânia, para se preparar para o debate, em um local simbólico, pois o estado de Pensilvânia será decisivo para o resultado das eleições.A estratégia da vice-presidente, segundo seus assessores de campanha, é apresentar uma mensagem de união e superação das divisões do país, um tema que tem sido central em seus discursos. Ela vem destacando a necessidade de "virar a página da divisão" e "traçar um novo caminho" para o futuro dos Estados Unidos.
Ainda que Harris seja conhecida por ser uma boa debatedora, a tarefa de enfrentar Trump pode se mostrar mais complicada do que o esperado. Ed Rendell, ex-governador democrata da Pensilvânia, afirmou que Harris precisa evitar ser provocada pelo ex-presidente, que muitas vezes utiliza táticas agressivas para desestabilizar seus oponentes. Rendell enfatizou que os eleitores querem ver uma candidata que possa "se manter firme", especialmente por ser uma mulher em uma posição de liderança.
Trump, por sua vez, tem adotado uma abordagem combativa em sua preparação para o debate, contando com a ajuda de aliados como o deputado republicano Matt Gaetz e a ex-congressista democrata Tulsi Gabbard. O ex-presidente tem atacado os organizadores do evento, sugerindo que a mídia será tendenciosa contra ele, e rejeitou pedidos de Harris para que os microfones permanecessem abertos durante todo o debate, alegando que isso poderia ser usado contra ele.
Pesquisas recentes indicam uma diminuição da vantagem de Harris na corrida presidencial [/grifar]. O confronto será o primeiro entre Harris e Trump, e pode ser o único, já que nenhum outro debate foi agendado até a eleição de novembro.
De acordo com uma pesquisa do New York Times-Siena, Trump lidera a disputa por 1 ponto percentual, após semanas em que a vantagem de Harris vinha se mantendo em cerca de 2,9 pontos percentuais.