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Justiça retira todas as acusações contra Strauss-Kahn

Juiz aceitou o pedido da promotoria e o francês está livre

Strauss-Kahn pode deixar os Estados Unidos (David Karp/AFP)

Strauss-Kahn pode deixar os Estados Unidos (David Karp/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2011 às 14h38.

Nova York - O juiz Michael Obus retirou nesta terça-feira todas as acusações feitas em maio contra o ex-diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn por agressão sexual e tentativa de estupro.

Obus aceitou a recomendação da Promotoria de Nova York e desprezou as sete acusações contra Strauss-Kahn após a denúncia apresentada por Nafissatou Diallo, e com isso o político e economista francês pode deixar ainda hoje os Estados Unidos.

Em comunicado divulgado logo após a decisão judicial, Strauss-Kahn rotulou como um "pesadelo" os últimos dois meses e meio tanto para ele como para sua família, e disse que espera "voltar a seu lar e voltar a ter uma vida normal".

O político francês, que ressaltou que já não fará mais comentários a esse respeito, se mostrou "profundamente agradecido" à sua mulher, Anne Sinclair, e pelas demonstrações de apoio recebidas de todos seus amigos na França e nos EUA que acreditaram em sua "inocência".

DSK, como é chamado pela imprensa na França, expressou também sua gratidão ao juiz Obus e às equipes dos tribunais pelo "esforço para proteger a minha mulher e a mim quando viemos aqui", assim como ao promotor Cyrus Vance, a quem agradeceu pelo "profissionalismo" por haver recomendado retirar as acusações contra ele.

Vestido com terno e gravata azul e com semblante sério, Strauss-Kahn chegou ao tribunal acompanhado de sua mulher e rodeado de grandes medidas de segurança e uma ampla atenção midiática, já que desde a primeira hora da manhã vários meios de comunicação e curiosos se amontoavam no local.

O francês não permaneceu nem uma hora no tribunal, que abandonou com um sorriso contido, entre os gritos de cerca de 20 pessoas que carregavam cartazes nos quais se podia ler mensagens como "Justiça para Diallo", "Levem o estuprador a julgamento", "DSK trata mulheres como propriedade" e "Que vergonha, Cyrus Vance".

A Promotoria tinha comunicado na segunda-feira à litigante e a seu advogado, Kenneth Thompson, que o caso tinha perdido toda sua força e que recomendariam ao juiz Obus que retirasse as acusações contra o ex-diretor-gerente do FMI.

Após uma "extensa" investigação, o escritório de Cyrus Vance recomendou a retirada das acusações porque tinha dúvidas sobre a credibilidade da litigante e não podia provar "além de toda dúvida razoável" que o encontro sexual foi "forçado e sem consentimento".

Os problemas de credibilidade da suposta vítima fizeram com que o caso perdesse força em junho, quando os fiscais descobriram que Diallo mentiu em seu pedido de asilo aos EUA e quando encontraram uma conversa telefônica na qual ela perguntava a um conhecido "como poderia conseguir dinheiro acusando" o francês.

Essa falta de credibilidade, aumentada pelas mentiras que a mulher explicou sobre o conteúdo da conversa que manteve com um conhecido preso um dia depois do incidente, enfraqueceu a versão da litigante até o ponto em que a Promotoria considerou que não havia caso contra DSK.

Strauss-Kahn foi preso no dia 14 de maio no Aeroporto John F. Kennedy, em Nova York, quando já estava sentado em um avião para viajar a Paris, e desde o primeiro de julho estava em liberdade condicional sem fiança após a divulgação dos primeiros elementos que minaram a credibilidade de Diallo.

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