Mundo

Justiça dos EUA aprova verba para construir muro na fronteira com o México

Pelo Twitter, Donald Trump declarou que essa foi uma "grande vitória"

Muro: construção da barreira na fronteira com o México vai utilizar 2,5 bilhões de dólares da verba militar dos Estados Unidos (Herika Martinez/AFP)

Muro: construção da barreira na fronteira com o México vai utilizar 2,5 bilhões de dólares da verba militar dos Estados Unidos (Herika Martinez/AFP)

A

AFP

Publicado em 27 de julho de 2019 às 11h57.

Washington – O presidente americano Donald Trump celebrou uma "grande vitória" após a Suprema Corte dos Estados Unidos lhe autorizar, nesta sexta-feira, a utilizar 2,5 bilhões de dólares de fundos do Pentágono para construir o muro na fronteira com o México.

"Wow! Grande VITÓRIA sobre o Muro", tuitou Trump após a decisão da Suprema Corte, que reverteu a decisão anterior de um juiz que tinha impedido a construção do prometido muro fronteiriço com o qual Trump espera conter a imigração ilegal.

"Grande VITÓRIA para a segurança da fronteira e a lei", reforçou o mandatário.

Nesta sexta-feira, o Supremo - que recentemente se inclinou para o lado conservador - derrubou a decisão do juiz federal por cinco votos a quatro, concluindo que o governo comprovou que os demandantes não estavam qualificador para questionar a atribuição desses fundos.

Trump declarou emergência nacional este ano para driblar o Congresso e obter verbas para seu projeto de muro, após um impasse com o Partido Democrata, que controla a Câmara de Representantes, provocar a mais longa paralisação do serviço público federal da história dos EUA.

O chamado "shutdown" paralisou a administração pública federal durante 35 dias.

Em maio passado, um juiz federal emitiu uma liminar contra o uso de verbas do departamento de Defesa para construir o muro, atendendo ao pedido de 20 estados e de grupos de defesa dos direitos humanos.

A decisão do Supremo permitirá o acesso da administração Trump a cerca de 2,5 bilhões de dólares para o muro.

Trump declarou emergência para obter uma verba de 3,6 bilhões de dólares originalmente destinada a construção de instalações militares, e outros 2,5 bi para o combate ao narcotráfico.

O Congresso havia concedido 1,4 bilhão de dólares para financiar parte de uma barreira no Texas.

Após a decisão do Supremo, os opositores do projeto de muro fronteiriço disseram que não estão dispostos a desistir da luta contra a sua construção e que o desbloqueio dos fundos pode ser apenas temporário.

A ACLU, poderosa organização de defesa das liberdades civis, anunciou nesta sexta que recorrerá a um tribunal de apelações para "restabelecer o bloqueio permanente da construção do muro na fronteira com o uso de verbas militares não autorizadas".

"As populações na fronteira, o meio ambiente e a separação dos poderes em nossa Constituição se verão afetados de forma permanente caso Trump consiga seguir em frente com o saque das verbas militares para construir um muro xenófobo que o Congresso rejeitou", disse Dror Ladin, advogado daACLU.

Os líderes democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, e no Senado, Chuck Schumer, também denunciaram a decisão da Suprema Corte.

Os pais fundadores dos Estados Unidos "desenharam uma democracia governada pelo povo, não uma monarquia", escreveu Pelosi, deixando claro que o presidente republicano extrapolou seus poderes ao driblar o Congresso para obter financiamento.

Já Schumer chamou a decisão de "profundamente lamentável" e "absurda", ao mesmo tempo em que garantiu que "ela contraria a vontade do Congresso" e seu poder sobre as finanças do país.

O muro, que procura frear a imigração ilegal proveniente da América Central, foi uma das principais promessas de Trump durante sua campanha eleitoral.

Paralelamente à decisão do Supremo, Trump anunciou na sexta-feira um acordo de imigração com a Guatemala - cujos detalhes ainda não são totalmente conhecidos - para aumentar o controle sobre os migrantes que tentam chegar aos Estados Unidos.

De acordo com a Casa Branca, segundo esse acordo, definido como "terceiro país seguro", as pessoas que desejam solicitar asilo nos Estados Unidos e que passam pela Guatemala devem fazer seu pedido por lá.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)México

Mais de Mundo

Donald Trump nomeia Susie Wiles como chefe de gabinete

Milei terá encontro com Trump na semana que vem nos Estados Unidos

Setores democratas atribuem derrota de Kamala à demora de Biden para desistir da disputa

Pelúcias inspiradas na cultura chinesa viralizam e conquistam o público jovem