Justiça do Equador confirma prisão preventiva de ex-presidente Correa
Em 3 de julho, uma juíza do CNJ decretou prisão preventiva e ativou a Interpol visando a captura e a extradição do político, que se mudou para a Bélgica
AFP
Publicado em 23 de julho de 2018 às 19h15.
A Justiça do Equador rejeitou nesta segunda-feira a apelação de Rafael Correa e confirmou a ordem de prisão preventiva contra o ex-presidente por suposta participação no sequestro de um opositor em 2012.
A resolução, lida pelo juiz Marco Rodríguez, da Corte Nacional de Justiça (CNJ) informa que "por unanimidade se declara improcedente o recurso de apelação interposto" por Correa e "confirma em todas as suas partes o auto de prisão preventiva".
O documento destaca que a apelação apresentada pela defesa de Correa "carece de sustentação jurídica".
Em 3 de julho passado, uma juíza do CNJ decretou a prisão preventiva e ativou a Interpol visando a captura e a extradição de Correa, que se mudou para a Bélgica após o final de seu mandato, em maio de 2017.
A decisão foi adotada após o ex-presidente não cumprir a medida cautelar que o obrigava a se apresentar periodicamente em Quito.
Caupolicán Ochoa, advogado de Correa, escreveu no Twitter que "não compreendemos a decisão dos juízes, já que não existem provas e as acusações são inconsistentes e contraditórias (...) o que revela perseguição política".
Correa, que governou o Equador entre 2007 e 2017, é acusado de associação criminosa e sequestro do ex-deputado Fernando Balda.
Ex-deputado do Partido Sociedade Patriótica (PSP), Balda afirma que estava em Bogotá em 2012 quando cinco pessoas o colocaram a força em um automóvel, que a polícia colombiana interceptou frustrando o sequestro.
Pelo mesmo caso já estão detidos três agentes de Inteligência e um ex-comandante da Polícia, e há pedido de prisão contra um ex-chefe da Secretaria Nacional de Inteligência que está na Espanha e cuja extradição foi solicitada pelo Equador.