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Justiça da França investiga papel de consultorias nas eleições de 2017 e 2022

O anúncio das investigações chega meses depois de uma polêmica, em plena campanha das eleições presidenciais, sobre possível favorecimento do governo do presidente Emmanuel Macron à consultoria americana McKinsey

Macron: Em 20 de outubro de 2022, a procuradoria abriu uma investigação sobre as "condições de intervenção das empresas de consultoria nas campanhas eleitorais de 2017 e 2022" (AFP/AFP)

Macron: Em 20 de outubro de 2022, a procuradoria abriu uma investigação sobre as "condições de intervenção das empresas de consultoria nas campanhas eleitorais de 2017 e 2022" (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 24 de novembro de 2022 às 19h32.

A Justiça da França abriu uma investigação sobre o papel das consultorias privadas nas campanhas eleitorais de 2017 e 2022, assim como outra sobre suspeitas de "favorecimento" às mesmas, indicou nesta quinta-feira (24) a Procuradoria Nacional Financeira (PNF).

O anúncio das investigações chega meses depois de uma polêmica, em plena campanha das eleições presidenciais, sobre possível favorecimento do governo do presidente Emmanuel Macron à consultoria americana McKinsey.

"Corresponde à Justiça realizar estas investigações com total independência", disse à AFP a Presidência francesa, que assegurou ter tomado nota do comunicado da procuradoria sobre a abertura de duas informações judiciais.

Durante a última campanha presidencial, um relatório do Senado desencadeou uma forte polêmica sobre o uso de recursos públicos e a oposição reivindicou a abertura de uma investigação sobre os vínculos entre a situação e a consultoria McKinsey.

Com base em um artigo do jornal Le Parisien intitulado: "Caso McKinsey: uma investigação por financiamento ilegal de campanha atinge Macron", a PNF difundiu o comunicado para "esclarecer a situação dos diferentes procedimentos penais" após o relatório do Senado e diversas denúncias.

Em 20 de outubro de 2022, a procuradoria abriu uma investigação sobre as "condições de intervenção das empresas de consultoria nas campanhas eleitorais de 2017 e 2022", sobretudo no relativo à contabilidade. Um dia depois, iniciou outra por "favorecimento".

A Procuradoria Nacional Financeira, que não menciona Macron em nenhum momento, já havia iniciado em março uma investigação por lavagem de fraude fiscal com agravante, que levou à realização de uma diligência policial na sede francesa da McKinsey em 24 de maio, após a publicação do relatório do Senado sobre as consultorias privadas.

O documento revelou um forte aumento do uso de empresas de assessoria por parte do governo a partir de 2018, um ano depois da chegada de Macron ao poder. O gasto passou de 379,1 milhões de euros em 2018 para 893,9 milhões de euros em 2021.

Segundo a mídia de investigação online Mediapart, alguns membros do McKinsey podem ter trabalhado gratuitamente durante a campanha eleitoral que levou à eleição de Emmanuel Macron em 2017.

Além disso, o documento do Senado acusava as filiais francesas das consultorias americanas de "otimização fiscal", pois não teriam pagado o imposto de sociedades entre 2011 e 2020.

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