Muçulmanos tentam entrar em mesquita em Xinjiang, na China, região conhecida pelos conflitos étnicos: segundo o tribunal, os acusados participavam de "atividades religiosas ilegais" (Nelson Ching/Bloomberg News)
Da Redação
Publicado em 13 de setembro de 2013 às 06h53.
Pequim - Um tribunal da província de Xinjiang no noroeste da China condenou nesta sexta-feira três homens à pena de morte e um quarto a 25 anos de prisão pela participação nos ataques que deixaram 24 mortos no último mês de junho na região de minoria étnica uigur, de religião muçulmana.
Segundo o jornal "China Daily", o Tribunal Intermediário de Turpan condenou à morte Ahmatniyaz Sidiq após considerá-lo culpado de organizar e liderar uma "organização terrorista, e também por homicídio e incêndio criminoso".
Já os réus Urayim Eli e Abdulla Esrapil também foram condenados à pena capital por participação em um grupo terrorista e homicídio.
Além disso, Akram Usman foi condenado a 25 anos de prisão por sua participação em um grupo terrorista, incêndio criminoso e homicídio.
Segundo o tribunal, todos eles, junto com outras pessoas, se reuniram com frequência desde o mês de abril na cidade de Lukqun para participar de "atividades religiosas ilegais".
Os quatro "defendiam o extremismo religioso, viram vídeos de organizações terroristas estrangeiras que incitavam à violência e leram livros sobre extremismo religioso para conspirar sobre atividades terroristas", segundo o tribunal.
São acusados de tramar e participar do ataque do dia 26 de junho contra a delegacia de polícia, um edifício oficial e um mercado em Lukqun.
No total, 13 pessoas participaram do ataque, que deixou 24 mortos, inclusive dois policiais, e 23 feridos.
Segundo a agência oficial "Xinhua", no dia 26 de junho um grupo armado com facas atacou a delegacia e edifícios governamentais de Lukqun e, após um confronto no qual morreram 17 pessoas, a polícia abriu fogo e matou dez dos supostos insurgentes.
Foi o incidente mais grave na região desde os distúrbios de julho de 2009, quando morreram cerca de 200 pessoas.
Xinjiang é uma das regiões com tensões étnicas no oeste da China, assim como o Tibete, com frequentes conflitos entre a minoria uigur e a etnia han, majoritária no país.
Pequim defende um maior controle na região para fazer frente ao que chama de "grupos separatistas, extremistas e terroristas", enquanto os residentes de etnia uigur criticam o aumento da presença policial e denunciam que sofrem discriminação por parte dos han.
No dia 12 de agosto, um tribunal em Xinjiang condenou duas pessoas à morte, após considerá-los culpados de terrorismo em relação com um tiroteio no qual morreram 21 pessoas em abril. EFE