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Justiça britânica nega fiança a fundador do WikiLeaks

Argumento de juiz londrino é de que Assange poderia fugir, caso a fiança lhe fosse concedida

Apesar da prisão de Assange, WikiLeaks prometeu continuar publicando os documentos (Dan Kitwood/Getty Images)

Apesar da prisão de Assange, WikiLeaks prometeu continuar publicando os documentos (Dan Kitwood/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 14h00.

Londres - A Justiça britânica negou nesta terça-feira pedido de fiança do fundador do website WikiLeaks, Julian Assange, após a prisão do australiano por supostos crimes sexuais cometidos na Suécia.

Assange, cujo site WikiLeaks está no centro de uma controvérsia mundial após ter divulgado documentos diplomáticos secretos dos Estados Unidos, foi detido com base em um mandado de prisão europeu após ter se entregado à polícia londrina.

O australiano, que nega as acusações, teve seu pedido de fiança negado e deve ser ouvido novamente pelas autoridades britânicas no dia 14 de dezembro.

Assange, de 39 anos, vinha passando grande parte de seu tempo na Suécia. No começo do ano ele foi acusado de má conduta sexual com duas voluntárias suecas do WikiLeaks. Um procurador sueco deseja interrogá-lo sobre as acusações.

Em audiência em Londres, o juiz Howard Riddle disse: "Há provas suficientes para acreditar que ele poderia fugir se concedida a fiança".

O magistrado afirmou ainda que as acusações são de natureza séria e que Assange tem laços comparativamente fracos na Grã-Bretanha.

O WikiLeaks, que despertou a fúria de Washington com suas publicações, prometeu continuar com a divulgação dos 250 mil documentos secretos obtidos.

"A ação de hoje contra o nosso editor-chefe Julian Assange não afetará as nossas operações: vamos divulgar normalmente mais documentos esta noite", disse o WikiLeaks em sua página no Twitter.

A polícia disse que Assange foi preso às 9h30 desta terça-feira (7h30 no horário de Brasília) por policiais do departamento de extradição, depois que ele compareceu a uma delegacia de polícia em Londres, por agendamento.

"Ele é acusado pelas autoridades suecas de um delito de coerção ilegal, dois delitos de assédio sexual e um de estupro, que teriam sido cometidos em agosto de 2010", informou a polícia londrina em um comunicado.

Promotores suecos abriram, suspenderam, e depois reabriram a investigação sobre as alegações. O crime de que ele está sendo acusado é o menos grave de três categorias de estupro. A pena máxima prevista é de quatro anos na prisão.

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