Justiça argentina dita amanhã sentença contra último ditador
Em Campo de Maio funcionou um dos maiores centros clandestinos de detenção do regime, além de uma maternidade ilegal pela qual passaram mulheres atualmente desaparecidas
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2013 às 16h34.
Buenos Aires - A Justiça revelará amanhã, terça-feira, o veredicto na causa que se segue contra o último ditador do país, Reynaldo Bignone, e outros oito acusados pelos crimes de lesa-humanidade cometidos no centro clandestino de Campo de Maio, nos arredores de Buenos Aires.
O Tribunal Oral Federal 1 da cidade na província de Buenos Aires de San Martín ditará sentença contra Bignone pelas violações aos direitos humanos que aconteceram sob a jurisdição da guarnição militar de Campo de Maio entre 1976 e 1983, informaram fontes judiciais.
Em Campo de Maio funcionou um dos maiores centros clandestinos de detenção do regime de fato e, além disso, uma maternidade ilegal pela qual passaram várias mulheres sequestradas e atualmente desaparecidas.
Calcula-se que por essas instalações militares passaram cerca de 4 mil presos detidos ilegalmente, e a maioria continua desaparecida.
O principal acusado neste processo, que se começou em 23 de agosto, é Bignone, que em julgamentos anteriores já havia recebido quatro penas por crimes de lesa-humanidade.
Na terça-feira passada o ex-ditador também começou a ser julgado com outros 24 ex-militares por sua suposta participação no Plano Condor, de coordenação das ditaduras sul-americanas para reprimir a dissidentes.
Além disso, amanhã ouvirão suas sentenças os ex-militares Santiago Omar Riveros, Eugenio Guarañabens Perelló, Luis Sadí Pepa, Julio São Román, Hugo Castagno Monge e Carlos Eduardo Somoza.
Também estão no banco dos réus o antigo oficial de inteligência do Exército Carlos del Señor Garzón e sua esposa, María Francisca Morillo, acusados pela apropriação de Laura Catalina de Sanctis Ovando, cuja identidade foi restituída em 2008.
O julgamento, realizado pelos magistrados Héctor Sagretti, Daniel Cisneros e Daniel Petrone, é o sexto que realizado por crimes cometidos em dependências de Campo de Maio.
Nesse caso, estão sendo julgados crimes contra 23 vítimas, entre elas sete mulheres que deram à luz no território militar e continuam desaparecidas.
Bignone, último ditador argentino (1982-1983), negociou a transição para a democracia após assinar uma Lei de Anistia depois cancelada e ordenar a destruição de toda a documentação sobre detenções, torturas e assassinatos de desaparecidos.
O ex-militar, de 84 anos, já foi condenado em 2010 e em 2011 a 25 anos de prisão por crimes cometidos em Campo de Maio.
Em dezembro passado, Bignone foi condenado a 15 anos de prisão por crimes realizados em um centro clandestino de detenção que funcionou dentro do hospital público Posadas, aos arredores de Buenos Aires.
Em julho de 2012, recebeu outra condenação de 15 anos de prisão pelo roubo sistemático de bebês durante a ditadura, histórico processo em que o ex-ditador Jorge Rafael Videla (1976-1981) recebeu a condenação a 50 anos de prisão.
Buenos Aires - A Justiça revelará amanhã, terça-feira, o veredicto na causa que se segue contra o último ditador do país, Reynaldo Bignone, e outros oito acusados pelos crimes de lesa-humanidade cometidos no centro clandestino de Campo de Maio, nos arredores de Buenos Aires.
O Tribunal Oral Federal 1 da cidade na província de Buenos Aires de San Martín ditará sentença contra Bignone pelas violações aos direitos humanos que aconteceram sob a jurisdição da guarnição militar de Campo de Maio entre 1976 e 1983, informaram fontes judiciais.
Em Campo de Maio funcionou um dos maiores centros clandestinos de detenção do regime de fato e, além disso, uma maternidade ilegal pela qual passaram várias mulheres sequestradas e atualmente desaparecidas.
Calcula-se que por essas instalações militares passaram cerca de 4 mil presos detidos ilegalmente, e a maioria continua desaparecida.
O principal acusado neste processo, que se começou em 23 de agosto, é Bignone, que em julgamentos anteriores já havia recebido quatro penas por crimes de lesa-humanidade.
Na terça-feira passada o ex-ditador também começou a ser julgado com outros 24 ex-militares por sua suposta participação no Plano Condor, de coordenação das ditaduras sul-americanas para reprimir a dissidentes.
Além disso, amanhã ouvirão suas sentenças os ex-militares Santiago Omar Riveros, Eugenio Guarañabens Perelló, Luis Sadí Pepa, Julio São Román, Hugo Castagno Monge e Carlos Eduardo Somoza.
Também estão no banco dos réus o antigo oficial de inteligência do Exército Carlos del Señor Garzón e sua esposa, María Francisca Morillo, acusados pela apropriação de Laura Catalina de Sanctis Ovando, cuja identidade foi restituída em 2008.
O julgamento, realizado pelos magistrados Héctor Sagretti, Daniel Cisneros e Daniel Petrone, é o sexto que realizado por crimes cometidos em dependências de Campo de Maio.
Nesse caso, estão sendo julgados crimes contra 23 vítimas, entre elas sete mulheres que deram à luz no território militar e continuam desaparecidas.
Bignone, último ditador argentino (1982-1983), negociou a transição para a democracia após assinar uma Lei de Anistia depois cancelada e ordenar a destruição de toda a documentação sobre detenções, torturas e assassinatos de desaparecidos.
O ex-militar, de 84 anos, já foi condenado em 2010 e em 2011 a 25 anos de prisão por crimes cometidos em Campo de Maio.
Em dezembro passado, Bignone foi condenado a 15 anos de prisão por crimes realizados em um centro clandestino de detenção que funcionou dentro do hospital público Posadas, aos arredores de Buenos Aires.
Em julho de 2012, recebeu outra condenação de 15 anos de prisão pelo roubo sistemático de bebês durante a ditadura, histórico processo em que o ex-ditador Jorge Rafael Videla (1976-1981) recebeu a condenação a 50 anos de prisão.