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Junta militar proíbe que ex-dirigentes deixem a Tailândia

A junta que tomou o poder na Tailândia convocou vários ex-líderes e proibiu que abandonassem o território

Soldado tailandês: 155 pessoas foram proibidas de viajar ao exterior, diz porta-voz (Christophe Archambault/AFP)

Soldado tailandês: 155 pessoas foram proibidas de viajar ao exterior, diz porta-voz (Christophe Archambault/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2014 às 09h32.

Bangcoc - A junta que tomou o poder na Tailândia convocou nesta sexta-feira vários ex-líderes, incluindo a ex-primeira-ministra Yungluck Shinawatra, e proibiu que abandonassem o território.

"No total, 155 pessoas foram proibidas de viajar ao exterior, salvo autorização" do novo regime militar, "para manter a paz e a ordem", declarou um porta-voz militar na televisão.

Portanto, Yingluck não poderá se reunir com seu irmão Thaksin Shinawatra, exilado depois de ter sido vítima de um golpe em 2006, e condenado posteriormente por desvio de fundos.

Yingluck Shinawatra, destituída pela justiça no dia 7 de maio, se apresentou durante a manhã à convocação dos militares, assim como Niwattumrong Boonsongpaisan, um ministro que tomou seu lugar de forma interina.

No total, uma centena de ex-autoridades políticas, tanto do partido Puea Thai (do governo deposto) quanto do Partido Democrata (oposição), estavam convocados nesta sexta-feira pelos autores do golpe de Estado condenado pela comunidade internacional.

Manifestações proibidas

Os generais garantem ter agido para colocar fim à grave crise política que atinge o país há sete meses, e decretaram um toque de recolher, também proibindo as manifestações.

Cerca de 30 jovens tailandeses ignoraram a proibição e protestaram diante do Monumento pela Democracia sem que o exército respondesse, observou um fotógrafo da AFP.

Mas, em geral, Bangcoc estava tranquila, sem tanques nas ruas como em 2006. No entanto, todas as escolas estavam fechadas.

Havia muitos militares nos arredores da sede do governo, abandonada há meses, e os últimos manifestantes da oposição, felizes com o golpe que exigiam, recolhiam suas barracas, informaram os jornalistas da AFP.

Depois de três dias de lei marcial, destinada, segundo o exército, a forçar o diálogo entre os atores civis da crise política, o poderoso chefe do exército em terra, o general Prayut Chan-O-Cha, justificou na quinta-feira um golpe necessário "pare que o país volte à normalidade".


Este general lembrou a violência dos protestos, que deixaram mais de 28 mortos desde o início da crise no último outono (do hemisfério norte), a maioria por disparos ou lançamento de granadas em Bangcoc.

"O chefe do exército Prayut tomou o poder", afirmou em sua primeira página o jornal The Nation. "Golpe de Estado: a Constituição suspensa", escrevia o Bangkok Post.

Na manhã desta sexta-feira, todas as televisões emitiam música sobre uma imagem fixa que mostra o nome do novo regime: o Conselho Nacional para a Manutenção da Paz e da Ordem.

Interrompiam estes planos para emitir a intervalos regulares os boletins do novo regime, lidos por um porta-voz do exército, e curtos telejornais que mostravam os veículos militares perto do aeroporto de Bangcoc.

A Internet, em particular as redes sociais, seguia funcionando, mas o exército ameaçou recorrer a bloqueios em caso de conteúdos críticos.

Posse real

Alguns observadores acreditam que a crise se deve a uma luta de poder para garantir quem dirigirá o governo no momento da sucessão do rei Bhumibol Adulyadej, de 86 anos.

Ainda resta saber se o novo poder será investido pelo rei neste regime de monarquia constitucional que viveu 19 golpes de Estado ou tentativas em 80 anos.

O golpe anterior, em 2006, levou a uma série de crises políticas nas quais saíram às ruas sucessivamente os inimigos e os partidários do primeiro-ministro da época, Thaksin Shinawatra, considerado pelas elites como uma ameaça à realeza.

A crise atual, apoiada, segundo os analistas, pelas elites tradicionais, é apenas o último sobressalto nesta disputa.

Começou no outono (do hemisfério norte) com manifestações que exigiam a saída de sua irmã Yingluck, no poder desde 2011. Ela foi destituída pela justiça no início de maio, mas os manifestantes seguiam exigindo o fim do sistema Thaksin, cujos partidos ganharam todas as eleições nacionais desde 2001.

Vários líderes dos Camisas Vermelhas, potente movimento partidário do governo civil deposto, foram detidos.

Pouco antes do anúncio do golpe, os principais líderes dos dois grupos foram escoltados pelos militares para fora do recinto onde ocorriam as negociações.

A comunidade internacional, de União Europeia a Estados Unidos, condenou o golpe e exigiu um retorno rápido a um governo democrático.

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