Julgamento de Trump terminará nos próximos dias, diz líder republicano
O Senado rejeitou por 51 votos a 49 os esforços dos democratas para convocar o ex-assessor de Segurança Nacional, John Bolton, e outros altos funcionários
AFP
Publicado em 1 de fevereiro de 2020 às 13h04.
O líder da maioria republicana do Senado americano, Mitch McConnell, disse nesta sexta-feira, 31, que o julgamento político contra o presidente Donald Trump terminará "nos próximos dias", depois que a Câmara Alta votou contra a convocação de novas testemunhas.
O Senado rejeitou por 51 votos a 49 os esforços dos democratas para convocar o ex-assessor de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, e outros altos funcionários, já que dois republicanos se desligaram da bancada.
Os senadores dissidentes foram Susan Collins e Mitt Romney, que votaram com os 47 senadores democratas.
"É uma grande tragédia, uma das piores tragédias", lamentou o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, que acrescentou que os Estados Unidos vão lembrar deste dia como um momento em que a Câmara Alta não esteve à altura de suas responsabilidades.
Os cem senadores ainda precisam se pronunciar sobre as duas acusações contra Trump: abuso de poder e obstrução do Congresso, mas a Constituição americana prevê que para destituir ao presidente é preciso maioria de dois terços (67 votos).
Esta votação vai acontecer na quarta-feira, 05.
É muito provável que o Trump, o terceiro presidente da história do país a enfrentar um julgamento político, seja absolvido das acusações apresentadas pela Câmara de Representantes, de maioria democrata.
A única questão agora é saber quando Trump pode fechar esse episódio que divide a classe política e os cidadãos.
O bilionário, que lançou sua campanha à reeleição, tem pressa para se livrar do julgamento. Segundo seus parentes, ele espera ser absolvido antes de fazer seu discurso tradicional sobre o estado da União, na terça-feira, 04, à noite antes do Congresso.
Talvez ele espere o julgamento terminar antes de domingo, quando planeja dar uma entrevista ao canal conservador Fox News antes do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano, um evento que normalmente reúne cerca de 100 milhões de espectadores e durante o qual será feito o anúncio da campanha presidencial.
A menos de 300 dias das eleições presidenciais de novembro, os democratas tentam obter novas informações comprometedoras do presidente republicanos.
"Inapropriado"
Os democratas acusam Trump de abuso de poder e obstrução do Congresso por pedir à Ucrânia que investigue Joe Biden, seu possível rival nas eleições presidenciais de novembro, e até mesmo congelar uma ajuda militar a Kiev para obter apoio.
Após o escândalo vir à tona por uma denúncia anônima, o presidente fez o possível para bloquear a investigação do Congresso, o que, segundo a acusação, violaria a Constituição.
Uma vez revelado o escândalo, após uma acusação anônima, os democratas acusam o presidente de fazer tudo o possível para bloquear a investigação do Congresso, violando a Constituição.
"Foi inapropriado o presidente pedir a um líder estrangeiro que investigasse seu rival político e reter a ajuda dos EUA para levá-lo a investigar", acrescentou Alexander. "Mas a Constituição não dá ao Senado o poder de destituir o presidente e vetá-lo simplesmente por ações que não são apropriadas".
Aproveitando a maioria na Câmara dos Deputados, os democratas acusaram Trump em 18 de dezembro, iniciando seu processo de impeachment.
A investigação foi realizada em um clima severo e resultou em trocas muito tensas entre os representantes democratas e republicanos.
A estrutura do julgamento no Senado, muito mais rigorosa e formal, baixou o tom das discussões sem impedir o surgimento de dois discursos conflitantes.