Mundo

Julgamento de neonazista é suspenso por falta de espaço

Os advogados da acusada interromperam a sessão argumentando que a capacidade da sala é insuficiente, dado o grande interesse midiático no caso


	Beate Zschäpe, a única integrante viva do trio neonazista "Clandestinidade Nacional-socialista":  ela é acusada de pertencer a um grupo terrorista e de vários assassinatos
 (German Federal Criminal Police Office/Getty Images)

Beate Zschäpe, a única integrante viva do trio neonazista "Clandestinidade Nacional-socialista":  ela é acusada de pertencer a um grupo terrorista e de vários assassinatos (German Federal Criminal Police Office/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2013 às 09h25.

Berlim - O julgamento da sobrevivente da célula terrorista neonazista Clandestinidade Nacionalsocialista (NSU), Beate Zschäpe, foi retomado nesta terça-feira em Munique, mas a defesa da ré pediu uma nova interrupção, alegando falta de espaço.

Os advogados da acusada argumentaram que a capacidade da sala onde acontece o julgamento, na Audiência Territorial de Munique, é insuficiente, dado o grande interesse midiático no caso, e solicitaram a mudança para uma sala maior.

O pedido foi feito pouco após a retomada do processo, aberto na segunda-feira da semana passada e já então interrompido pouco após seu início por uma reivindicação da defesa, integrada por três advogados.

O julgamento foi suspenso no dia de sua abertura porque a defesa apresentou várias reivindicações alegando parcialidade do juiz, mas elas foram rejeitadas na sexta-feira.

Beate, de 38 anos e sobrevivente do grupo Clandestinidade Nacionalsocialista (NSU), é acusada de pertencer a um grupo terrorista e de vários assassinatos, pelas mortes de oito imigrantes turcos, um grego e uma policial, entre 2000 e 2007.

Os outros dois membros da célula, Uwe Böhnhard e Uwe Mundlos, se suicidaram em novembro de 2011, quando eram perseguidos pela polícia após assaltar um banco.


A morte dos companheiros da ré trouxe à tona a existência do grupo e de seus assassinatos, já que durante anos as mortes de oito imigrantes turcos e um grego eram atribuídas a ajustes de contas entre estrangeiros.

A alemã se entregou quatro dias depois do suicídio dos comparsas e até agora não se pronunciou sobre as acusações.

Para o julgamento eram previstas 80 audiências, até janeiro de 2014, mas espera-se que se prolongue. O processo da acusação tem 488 páginas, e foram convocadas 606 testemunhas.

A comissão do Parlamento alemão que investiga a NSU atribuiu ontem a um "fracasso policial sem precedentes" o fato de que seus membros se movimentassem na impunidade durante 13 anos, apesar de cometeram dez assassinatos e perpetraram vários atentados com bomba.

O caso do grupo é reflexo de um "vergonhoso fracasso, de várias perspectivas", apontou o presidente da comissão, o social-democrata Sebastian Edathy.

Não há indícios fundamentados que sustentem que a polícia encobriu ou protegeu o grupo, mas sim de uma cadeia emissora de erros por parte das forças de segurança frente aos extremistas, acrescentou Edathy, ao apresentar o relatório parcial de suas investigações.

A comissão foi formada no ano passado, após a revelação tardia da existência do grupo, por causa do suicídio de dois de seus membros. 

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaEuropaJustiçaNazismoPaíses ricos

Mais de Mundo

Programa espacial soviético colecionou pioneirismos e heróis e foi abalado por disputas internas

Há comida nos mercados, mas ninguém tem dinheiro para comprar, diz candidata barrada na Venezuela

Companhias aéreas retomam gradualmente os serviços após apagão cibernético

Radiografia de cachorro está entre indícios de esquema de fraude em pensões na Argentina

Mais na Exame