Mundo

Juiz federal manda Trump permitir entrada de imigrantes com visto

Sentença segue decisões de juizes federais em pelo menos outro quatro Estados que também limitaram o decreto presidencial

Imigração: na decisão liminar, o juiz conclui que o governo dos Estados Unidos não pode cancelar um visto válido de um imigrante (Monica Almeida/Reuters)

Imigração: na decisão liminar, o juiz conclui que o governo dos Estados Unidos não pode cancelar um visto válido de um imigrante (Monica Almeida/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 2 de fevereiro de 2017 às 08h09.

Última atualização em 2 de fevereiro de 2017 às 12h18.

O juiz federal Andre Birotte Jr, Los Angeles, Califórnia, suspendeu na noite de ontem (1º), temporariamente, o veto aos viajantes de sete países de maioria muçulmana, em vigor desde a semana passada nos Estados Unidos.

A demanda judicial contempla o caso de 28 pessoas de uma mesma família, nascidas no Iêmen, todos eles têm visto de imigrante, mas se encontram no país asiático.

Na decisão liminar, o juiz conclui que o governo dos Estados Unidos não pode cancelar um visto válido de um imigrante e também não deve confiscar ou reter passaportes de viajantes que desembarquem no aeroporto internacional de Los Angeles.

No texto, ele profere que agentes de imigração "não removam, detenham, ou bloqueiem a entrada do grupo demandante da ação, ou de qualquer outra pessoa com um visto de imigrante válido".

A ordem é temporária e tem efeito até o dia 10 de fevereiro. A cidade de Los Angeles é uma das cidades Santuário - que protegem imigrantes e se recusam a cumprir as ordens executivas do presidente Donald Trump.

Além disso, o prefeito da cidade, Eric Garcetti, disse que oferecerá todo apoio à comunidade muçulmana.

Quatro estados

A decisão do juiz, tem a mesma base legal e segue a linha acatada por juízes federais de outros estados, como Massachusetts, Virgina, Washington e Nova York, que nos últimos dias proferiram decisões liminares para protegerem viajantes e imigrantes provenientes sete países de maioria muçulmana listados na ordem executiva: Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen. Não estão contempladas pessoas que tenham vistos de entrada válidos de não-imigrantes, como de estudantes, turistas ou negócios.

A Casa Branca não comentou a decisão, mas informou nesta quarta-feira (2) que atualizou o decreto sobre o veto extremo e esclareceu que os residentes permanentes - portadores do Green Card - não precisam de licença para entrada nos Estados Unidos.

No último domingo, o Departamento de Imigração disse que os residentes permanentes teriam permissão para embarcar em aviões para os Estados Unidos, mas seriam avaliados na chegada.

A imprensa norte-americana destaca depoimentos de pessoas que tiveram dificuldades e longas entrevistas nos aeroportos, ainda que na condição de residente permanente. Na última segunda-feira, um menino iraniano de cinco anos foi detido no Aeroporto Internacional de Washington Dulles por algumas horas, segundo as redes de TV norte-americanas.

Os motivos pela demora na liberação na entrada do garoto não foram totalmente esclarecidos, mas imagens da CNN mostraram a mãe desesperada pedindo que o filho fosse liberado para entrar. Ela não deu entrevistas após o incidente.

As medidas judiciais segundo analistas, visam proteger os direitos já adquiridos dos imigrantes e coibir abusos na aplicação do veto.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)Imigração

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame