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Jornalista que acusa Trump de estupro processa presidente dos EUA

E. Jean Carroll entrou com processo contra o chefe de governo americano por danos contra sua reputação e carreira

Donald Trump: presidente dos Estados negou as acusações feitas pela jornalista (Henry Nicholls/Reuters)

Donald Trump: presidente dos Estados negou as acusações feitas pela jornalista (Henry Nicholls/Reuters)

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EFE

Publicado em 4 de novembro de 2019 às 17h47.

Nova York — A jornalista e escritora americana E. Jean Carroll, que afirmou em junho deste ano ter sido estuprada pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entrou com processo nesta segunda-feira contra o chefe de governo, por danos contra sua reputação e carreira.

Carroll, responsável durante 26 anos por uma coluna na revista "Elle", escreveu sobre o caso no livro mais recente que publicou. Segundo ela, em junho de 1995, Trump a violentou dentro do provador de uma grande loja de departamento de Manhattan, onde estava fazendo compras com uma amiga.

Depois da denúncia, o presidente americano garantiu que a jornalista e escritora estava mentindo, disse que não a conhecia - apesar de haver uma foto com os dois juntos no livro publicado por Carroll. Além disso, o magnata garantiu que a mulher "não era seu tipo" e apenas queria atrair publicidade.

Trump ainda afirmou que a denunciante participava de conspiração com o Partido Democrata, para prejudicá-lo politicamente.

A ação apresentada por Carroll hoje, afirma que as declarações do presidente prejudicaram com a forma com que ela ganha a vida e se dirige aos leitores da coluna que escreve, conforme publicou hoje o jornal americano "The New York Times".

A jornalista e escritora, que responde cartas do público, afirmou que houve 50% de redução dos contatos com ela, desde que Trump a acusou publicamente.

"Trump sabia que as próprias declarações eram falsas e difamatórias. Ele sabia quem era Carroll naquele dia (na loja) Bergdorf Goodman e sabe quem ela é até agora", garantiu a advogada da jornalista, Robbie Kaplan.

No relato que publicou, Carroll afirma que Trump a abordou, perguntando se ela era a "senhora dos conselhos", e que ela respondeu "E você é o magnata imobiliário". Depois de uma breve conversa, ele pediu ajuda para comprar um presente.

A jornalista e escritora escreveu que o agora presidente fez vários comentários sobre a própria riqueza, a chamou de "velha", por ter 52 anos — a mesma idade que ele na época.

Em seguida, Trump sugeriu para que Carroll provasse uma peça de roupa. Ela aceitou e pediu ajuda a ele, segundo relato, foi quando acabou sendo atacada, agredida e violentada.

A jornalista e escritora admitiu não ter feito denúncia à polícia, inclusive porque a amiga com quem estava na loja, recomendou que não comentasse o assunto com ninguém.

Hoje, a Casa Branca divulgou nota sobre o caso, voltando a dizer quer Trump não é culpado e atacando a denunciante, sugerindo que ela não conseguiu vender o livro escrito, no qual faz a denúncia do estupro.

"A senhora Carroll está processando o presidente por se defender de acusações falsas? Suponho que desde que o livro foi publicado, ela não ganhou nenhum dinheiro. Está tentando ganhar de outra forma. O processo é frágil e a história é uma fraude. Como a autora", afirmou a diretora de comunicações, Stephanie Grisham.

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