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Jornalista continua com paradeiro incerto na Colômbia

Paradeiro do francês é desconhecido desde o sábado pela tarde, quando ele se afastou de um contingente antidrogas do Exército e da Polícia

Caquetá é um dos departamentos com maior presença das Farc, guerrilha em atividade desde 1964 e com cerca de 8 mil combatentes, segundo os números oficiais (Guillermo Legaria/AFP)

Caquetá é um dos departamentos com maior presença das Farc, guerrilha em atividade desde 1964 e com cerca de 8 mil combatentes, segundo os números oficiais (Guillermo Legaria/AFP)

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Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2012 às 19h44.

Bogotá - A sorte do jornalista francês Roméo Langlois continua incerta dois dias depois de ele ter desaparecido na selva do sul da Colômbia, embora o ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, não descarte a hipótese de que o repórter tenha caído nas mãos de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

''Eu não sei se hoje alguém o tem. Essa é uma hipótese muito factível, eu não vou descartar'', afirmou Pinzón após insistir que a versão mais apegada aos fatos é de que Langlois continua desaparecido.

No entanto, ele disse que se as Farc capturaram o jornalista, o que têm que fazer é entregá-lo imediatamente.

O ministro compareceu perante a imprensa em Bogotá com a incerteza sobre a sorte de Langlois, correspondente na Colômbia da rede de televisão ''France 24'' e do jornal francês ''Le Figaro'', que desapareceu no departamento selvático do Caquetá (sul).

O paradeiro do francês é desconhecido desde o sábado pela tarde, quando ele se afastou de um contingente antidrogas do Exército e da Polícia com o qual tinha entrado em La Union Peneya, aldeia rural da localidade de Montañita, para uma invasão a instalações do narcotráfico na região.

Langlois usava um capacete e um colete blindados, que lhe foram entregues pelos responsáveis da operação, mas ele retirou os equipamentos no meio dos combates e escapou ferido em direção a área de onde provinham os disparos rebeldes, segundo admitiram as tropas que retornaram do local.


''O Exército tinha o dever de lhe oferecer (o capacete e o colete) como mecanismo de proteção'', sustentou o ministro da Defesa, que disse não ter certeza se o jornalista caiu em mãos das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Na região atua a frente 15 da guerrilha, em atividade há quase meio século e que no final de fevereiro anunciou sua decisão de pôr fim ao sequestro de civis com fins econômicos.

Com a mesma incerteza estão Daniel Muñoz, o responsável do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em Florença, a capital de Caquetá, e as autoridades de Montañita.

O subdelegado regional disse à imprensa local que sua instituição não sabe se Langlois está ou não em poder dos rebeldes.

''Estamos fazendo todas as gestões para saber qual é sua situação atual'', disse Muñoz, para indicar que no CICV também não há confirmação de que os insurgentes tenham em suas mãos o jornalista francês.

Em Bogotá, uma fonte do CICV disse à Agência Efe que a instituição não conhece o paradeiro de Langlois, mas que, como sempre, está disposta a ajudar na libertação de civis que estejam nas mãos de grupos armados, por solicitação das partes envolvidas.

Enquanto isso, o secretário do governo de Montañita, Jairo Alexander Orta, disse à Efe por telefone que as autoridades municipais também não conhecem o paradeiro do jornalista.


Orta afirmou que, aparentemente, Langlois se dirigiu a Miramar, onde aconteceram os choques nos quais morreram três militares e um policial e no meio dos quais ele ficou ferido.

''Confirmaram que os fatos aconteceram entre Miramar e San Isidro'', indicou depois, e apontou que esse ponto está distante da área urbana de Montañita mais de 40 quilômetros ao sudeste, por uma estrada sem asfalto e em péssimas condições.

O funcionário observou que o território é palco de um grande desdobramento das forças de segurança por via aérea, mas ao mesmo tempo sustentou que em sua localidade não há nenhuma informação disponível sobre as operações.

São ações que, segundo o titular da Defesa, não têm como objetivo um eventual resgate militar do correspondente francês.

''Claro que há operações, mas não estamos fazendo operação de resgate alguma porque não sabemos onde está o jornalista. No momento em que soubermos, isso envolveria decisões que falaríamos com o governo francês'', afirmou Pinzón em Bogotá.

O ministro da Defesa esclareceu que em todo o país sempre há operações em andamento, e que no caso do Caquetá, sua área é muito extensa.

Caquetá é um dos departamentos com maior presença das Farc, guerrilha em atividade desde 1964 e com cerca de 8 mil combatentes, segundo os números oficiais.

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