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Jordânia anuncia bombardeios contra EI após execução

O país anunciou ter lançado vários bombardeios contra o Estado Islâmico, após prometer responder à execução de piloto jordaniano


	O piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh é visto em cela do Estado Islâmico, antes de ser queimado vivo
 (Social media via Reuters)

O piloto jordaniano Maaz al-Kassasbeh é visto em cela do Estado Islâmico, antes de ser queimado vivo (Social media via Reuters)

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Da Redação

Publicado em 5 de fevereiro de 2015 às 15h03.

Amã - A Jordânia anunciou nesta quinta-feira ter lançado vários bombardeios contra posições do grupo Estado Islâmico (EI), depois de ter prometido responder à execução do piloto jordaniano, queimado vivo pelos jihadistas.

A família do piloto pediu, por sua vez, a destruição da organização jihadista.

"A força aérea da Jordânia lançou operações aéreas contra posições do grupo Estado Islâmico", disse um funcionário que pediu o anonimato.

O Conselho de Segurança da ONU, que condenou a brutalidade do EI, se reunirá nesta quinta-feira para falar sobre o conflito na Síria, onde a presença do EI ofuscou a revolta contra o regime de Bashar al-Assad que começou em 2011.

Na Síria, os combates prosseguem e nesta quinta-feira ao menos 57 pessoas morreram nos bombardeios do regime contra zonas rebeldes perto de Damasco, em represálias pelo lançamento de obuses dos insurgentes em direção à capital.

A Jordânia, que faz fronteira com Síria e Iraque, participa dos ataques aéreos da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos contra o EI na Síria, onde o piloto foi sequestrado em dezembro após um acidente de seu caça-bombardeiro.

O rei Abdullah II da Jordânia visitou nesta quinta-feira a família do falecido em Karak, uma cidade a 120 km da capital jordaniana, onde foi instalada uma grande tenda e aviões sobrevoaram a zona para fazer uma última homenagem ao piloto.

"A Jordânia levará adiante uma guerra até a morte para proteger nossos princípios e nossos valores (...) Estaremos em busca deste grupo de criminosos", escreveu o jornal do governo Al Rai em um editorial.

Depois de ter reunido na quarta-feira funcionários de alto escalão militares do país, o rei Abdullah, que encurtou sua viagem aos Estados Unidos, disse que "o sangue do mártir Maaz al-Kasasbeh não terá sido derramado em vão e a resposta da Jordânia e de seu exército (...) será severa".

As autoridades jordanianas não forneceram detalhes sobre o tipo de resposta, mas afirmaram que estão trabalhando com seus aliados da coalizão antijihadista que realiza ataques aéreos no Iraque e na Síria.

Antes de sua saída precipitada de Washington, o rei jordaniano e o presidente Barack Obama ressaltaram sua determinação em derrotar o EI.

"Os países dentro e fora da coalizão têm que agir para destruir este grupo de terroristas desumanos", disse o pai do piloto, Safi al-Kasasbeh.

Segundo vários analistas, a atrocidade da execução do piloto, que foi queimado vivo dentro de uma jaula, levou todos os jordanianos a apoiar seu governo, razão pela qual a Jordânia "pode inclusive cogitar uma intervenção terrestre", disse Hassan Abu Haniyeh.

No vídeo divulgado na terça-feira, que mostra a execução, o EI também fornece os endereços de outros pilotos jordanianos da coalizão e promete uma recompensa de 100 moedas de ouro a quem os matar.

Emirados suspendem ataques aéreos

Como primeira medida de represália, a Jordânia executou na quarta-feira a jihadista iraquiana Sajida al Rishawi, condenada à morte pelos atentados de 2005 em Amã, e Ziad Karbuli, um líder iraquiano da Al-Qaeda.

O EI havia pedido a libertação dos jihadistas para, em troca, deixar com vida o piloto, mas Amã pediu provas de vida do refém que, segundo a televisão oficial, foi executado no dia 3 de janeiro.

Em dez dias, o EI reivindicou a execução do piloto e de dois reféns japoneses. Desde meados de outubro também anunciou a morte de cinco reféns ocidentais sequestrados na Síria (dois jornalistas, um cooperante americano e dois cooperantes britânicos).

Após o anúncio da captura do piloto jordaniano, os Emirados Árabes Unidos decidiram suspender seus ataques à Síria, anunciou um funcionário dos Estados Unidos.

O EI, acusado pela ONU de crimes contra a humanidade e de limpeza étnica, tem milhares de combatentes e aproveitou a guerra na Síria e a instabilidade no Iraque para conquistar amplos territórios nos dois países.

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