Beirute - Os jihadistas do Estado Islâmico (EI) assumiram o controle, nesta sexta-feira, do quartel-general dos combatentes curdos na cidade síria de Kobane, na fronteira com a Turquia, onde os extremistas recorreram a artifícios para evitar os ataques da coalizão.
No norte do Iraque, o EI executou também executou nove pessoas suspeitas de ligações com grupos sunitas anti-jihadistas.
Frente ao avanço na fronteira com a Turquia, as forças curdas, cada vez mais desesperadas com a diminuição de sua munição, pedem ataques aéreos mais intensos contra o grupo jihadistas, afirmou à AFP um militante curdo.
De acordo com este militantes, Mustefa Ebdi, "os jihadistas utilizam veículos civis e colocam bandeiras curdas em seus carros para evitar serem alvos da coalizão" internacional liderada por Washington.
"Os jihadistas assumiram o controle da zona de segurança em Kobane, que inclui o complexo militar das Unidades de Proteção do Povo (YPG, principal milícia curda síria), a base das Asayesh (forças de segurança curdas) e a sede do conselho local da cidade", informou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O EI, que entrou na segunda-feira na cidade, controla agora 40% da localidade, depois de tomar o leste de Kobane (Ain al-Arab em árabe), e prossegue com o avanço a partir do oeste e do sul, segundo a ONG.
"A tomada do quartel-general permitirá aos jihadistas avançar até o posto de fronteira com a Turquia ao norte da cidade. Se conseguirem, eles cercarão as forças curdas em Kobane", afirmou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório.
A batalha é totalmente desigual, com os jihadistas muito mais numerosos e que contam com mais armas, o que permite seu avanço, apesar dos bombardeios da coalizão liderada pelos Estados Unidos.
"A coalizão destruiu veículos e posições do EI, mas não afetou o fornecimento de armas a partir de seus redutos nas províncias de Raqa e de Aleppo (norte)", disse Rahman, que também indica a chegada de reforços extremistas.
O militante Mustefa Ebdi afirma ter visto "vários ataques", mas "que não parecem eficazes porque o EI continua a avançar".
"Alguns combatentes me telefonam chorando dizendo que 'não estamos apenas defendendo Kobane, mas lutando contra o terrorismo", relata.
"Eles agradecem a coalizam, mas pedem uma intensificação dos ataques contra o EI".
"Kobane é o símbolo da resistência contra o EI na Síria. Ela resiste há 25 dias contra as investidas do maior grupo terrorista em atividade no mundo atualmente", acrescentou o militante.
Segundo ele, o risco desta cidade cair nas mãos dos jihadistas é elevado.
"Todo combatente curdo está pronto para morrer", afirmou categoricamente, enquanto os jihadistas têm muitos atiradores emboscados na cidade.
Além disso, o EI tem recorrido a atentados com carro-bomba. Desta forma, um suicida lançou seu veículo contra o QG das forças curdas.
Neste contexto, o emissário especial das Nações Unidas para a Síria, Stefan de Mitsura, pediu nesta sexta-feira à Turquia que deixe os refugiados curdos sírios cruzarem a fronteira para ajudar a cidade de Kobane.
"Pedimos às autoridades curdas que autorizem o fluxo de refugiados a entrar na cidade para apoiar a autodefesa", disse o enviado especial em uma coletiva de imprensa em Genebra.
Até agora a Turquia impediu os refugiados sírios em seu país de cruzar novamente a fronteira em sentido contrário.
Desde o início da ofensiva jihadista na região em 16 de setembro, cerca de 500 pessoas, em sua maioria combatentes dos dois lados, morreram, segundo o OSDH. Além disso, 300.000 habitantes fugiram, incluindo mais de 200.000 para a Turquia.
Execuções no Iraque
O EI executou em público seis pessoas na cidade de Az-Zab, norte do Iraque, segundo uma autoridade de segurança local.
De acordo com testemunhas, essas seis pessoas foram acusadas de estarem envolvidas nos esforços para organizar uma resistência sunita ao EI na região. As pessoas foram executadas na praça de um mercado, relataram.
Em Baiji, 35 km mais ao sul, três homens foram decapitados nesta sexta-feira, de acordo com uma autoridade.
A fonte afirmou que as três pessoas haviam sido sequestradas alguns dias antes e eram ex-membros das Sahwas, milícias sunitas que combatiam a Al-Qaeda com o apoio do exército americano entre 2007 e 2008.
O governo iraquiano, dominado pelos xiitas, encoraja as tribos sunitas a se levantar contra o EI, que encontrou pouca resistência ao lançar uma ofensiva relâmpago em junho, principalmente em regiões sunitas.
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1. O poder dos radicais
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1/22 (Reuters)
São Paulo -- Os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (
EIIL) vêm exibindo uma variedade impressionante de armas. Muitas foram capturadas do próprio exército iraquiano, que os extremistas derrotaram em diversas batalhas no norte do país. Veja alguns equipamentos bélicos que já foram vistos em poder do EIIL.
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2. Tanques T-55
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2/22 (John Harwood / Wikimedia Commons)
Os T-55 são tanques russos que os extremistas teriam capturado das forças iraquianas. Seguem o desenho básico do T-54, tanque soviético desenvolvido logo após a Segunda Guerra Mundial. Há variantes do T-55 com mira a laser, controle de tiro computadorizado, sistemas avançados de radiocomunicação e armadura explosiva, que repele projéteis antitanques.
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3. Tanque M-1 Abrams
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3/22 (D. W. Holmes II / US Navy / Wikimedia Commons)
Os americanos já enviaram centenas de tanques M1 Abrams ao Iraque. Segundo
relatos, o EIIL teria capturado alguns deles. O Abrams pesa quase 70 toneladas e é movido por uma potente turbina a gás. É um tanque avançado, com uma rede de sensores que alimentam um computador de bordo capaz de calibrar os disparos com precisão.
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4. Canhão 59-1
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4/22 (Lance Lanham / US Army / Wikimedia Commons)
Há relatos de EIIL teria canhões do tipo 59-1, capturados do exército iraquiano. Trata-se da cópia chinesa de um canhão russo desenvolvido logo após a Segunda Guerra Mundial. O original tinha alcance superior a 27 quilômetros. Durante muitos anos, foi o canhão rebocável com maior alcance no mundo.
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5. Canhão antiaéreo ZU-23-2
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5/22 (Serge Serebro / Vitebsk Popular News / Wikimedia Commons)
O ZU-23-2 é um canhão antiaéreo duplo projetado no final da década de 1950 na União Soviética. Dispara balas de 23 milímetros de diâmetro a até 2,5 km de distância. Pode derrubar aviões e helicópteros ou atingir alvos terrestres. O exército iraquiano tem unidades fabricadas na Bulgária e na Polônia. Segundo relatos, algumas delas foram parar nas mãos do EIIL.
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6. Canhão antiaéreo tipo 65/74
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6/22 (Joe Mabel / Wikimedia Commons)
Um vídeo de propaganda do EIIL mostra um canhão antiaéreo que especialistas dizem ser uma arma chinesa tipo 65 ou 74 (o 74 é uma versão aperfeiçoada do 65). É um canhão de 37 milímetros com dois canos, derivado de um antigo projeto soviético. A versão original disparava 60 balas por minuto a até 8,5 km de distância.
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7. Mísseis terra-ar
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7/22 (US Army / Wikimedia Commons)
Combatentes do EIIL foram vistos com pequenos mísseis terra-ar conhecidos como MANPADS. Eles são disparados de um lançador tubular portátil, que é apoiado no ombro do soldado, e podem derrubar helicópteros voando baixo. Há inúmeras variantes dessas armas. Muitas não são guiadas, mas as mais avançadas são orientadas por raios infravermelhos ou por laser.
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8. Míssil antitanque Hongjian-8
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8/22 (Kizilsungur / Wikimedia Commons)
O míssil Hongjian-8 (ou HJ-8) é um projeto chinês dos anos 80. É fabricado na China e no Paquistão. O míssil é disparado de um lançador tubular e guiado por um fio até o alvo. É capaz de destruir as blindagens ativas de tanques, que usam explosivos para defletir projéteis. Tem sido usado ocasionalmente na guerra civil Síria.
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9. Lança-foguetes RPG-7
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9/22 (Kenneth Lane / US Marine Corps / Wikimedia Commons)
O lança-foguetes russo RPG-7 é uma das armas antitanque mais usadas no mundo. É apreciado no campo de batalha por ser confiável e relativamente fácil de usar. É disparado apoiado sobre o ombro do soldado. A munição é uma granada-foguete não guiada, capaz de atingir alvos a até 200 metros de distância.
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10. Metralhadora DShK
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10/22 (Erwin Franzen / Wikimedia Commons)
A DShK é uma peça de museu, mas é mortal. Foi desenvolvida pela União Soviética no final da década de 1930 e chegou a ser usada na Segunda Guerra Mundial. Essa metralhadora pesada dispara 600 balas de 12,7 mm de diâmetro por minuto. Segundo relatos, o EIIL teria algumas delas montadas em caminhões.
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11. Metralhadora M240
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11/22 (Eric Powell / US Navy / Wikimedia Commons)
A M240 é uma metralhadora de médio porte projetada na Bélgica e usada pelas forças armadas americanas desde o final dos anos 70. Dispara entre 750 e 950 balas por minuto e tem alcance de até 1,8 km. É comum vê-la montada em tanques e outros veículos de combate.
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12. Metralhadora M60
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12/22 (US Department of Defense / Wikimedia Commons)
A M60 é usada desde 1957 pelas forças armadas americanas. Mas é capaz de fazer estragos. Ela dispara mais de 500 balas (de 7,62 mm de diâmetro) por minuto e atinge alvos a mais de 1 quilômetro de distância. Em geral, é operada por dois ou três soldados. Enquanto um puxa o gatilho, os outros vigiam os alvos e municiam a arma.
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13. Fuzil M16
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13/22 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)
O M16, fuzil automático leve do exército americano, é uma das armas vistas nas mãos dos combatentes do EIIL. É derivado do AR-15, projetado em 1956. Estima-se que 8 milhões de unidades do M16 já tenham sido fabricadas. Dessas, 90% seguem em uso em mais de 80 países. Com 1 metro de comprimento, o fuzil pesa 4 kg e é capaz de matar alguém a mais de 500 metros de distância.
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14. Carabina M4
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14/22 (James Harper Jr. / US Army / Wikimedia Commons)
A carabina M4 é a versão mais curta (84 cm) e mais leve (3,4 kg quando carregada com 30 balas) do fuzil M16. Foi adotada pelo exército americano em 1994 e é muito usada para combate em áreas urbanas. Tem coronha telescópica, o que permite encolhê-la para 76 cm.
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15. Lança-granadas M203
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15/22 (Exército da Austrália / Wikimedia Commons)
O M203 é um lança-granadas que funciona acoplado sob o cano de um fuzil ou carabina. Ao invadir uma casa, por exemplo, o soldado pode disparar a granada para explodir a porta ou a parede e, depois, matar as pessoas com o fuzil. O acessório pesa1,36 kg.
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16. Caminhões MRAP
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16/22 (US Marine Corps / Wikimedia Commons)
Os chamados MRAPs (sigla de “mine-resistant ambush protected”, resistente a minas e emboscadas) são caminhões capazes de suportar explosões de minas e artefatos improvisados. Também resistem a tiros de armas leves. Foram extensamente usados para transporte de tropas durante a Guerra do Iraque. E parece que o EIIL conseguiu obter alguns.
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17. Carro blindado M113
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17/22 (Jason McCree / USAF / Wikimedia Commons)
O carro blindado M113 é outro projeto antigo. Foi muito usado em combates no Vietnã. Em conflitos mais recentes, como a Guerra do Iraque, foi empregado para transporte de soldados e feridos. É um veículo anfíbio com blindagem leve, capaz de resistir a tiros de armas de mão. Alguns são equipados com uma ou mais metralhadoras na parte superior.
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18. Humvees
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18/22 (Eric Harris / US Air Force / Wikimedia Commons)
O Humvee é a versão moderna do jipão militar. Pode carregar uma variedade de armas, como metralhadoras e lança-granadas. O exército iraquiano possui muitos desses veículos que também foram usados pelos americanos na região. O EIIL divulgou fotos de Humvees que o grupo teria apreendido e enviado à Síria.
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19. Uniformes high tech
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19/22 (Brandon Aird / U.S. Army / Wikimedia Commons)
O EIIL divulgou vídeos de soldados usando uniformes e coletes à prova de balas americanos. São roupas com proteções feitas de Kevlar KM2, um compósito extremamente resistente. Não se sabe quantas unidades os jihadistas possuem.
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20. Visão noturna
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20/22 (US Department of Defense / Wikimedia Commons)
Vídeos do EIIL também mostram soldados com dispositivos de visão noturna AN/PVS-7. Esses equipamentos, desenvolvidos nos Estados Unidos nos anos 80, amplificam a luz entre 30 mil e 50 mil vezes, permitindo que o soldado enxergue no escuro. Não se sabe quantas unidades estão nas mãos dos extremistas e nem se elas estão em condições de uso.
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21. UH-60 Black Hawk
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21/22 (Suzanne Jenkins / USAF / Wikimedia Commons)
Segundo alguns relatos, quando os extremistas tomaram o aeroporto de Mossul, no Iraque, havia helicópteros americanos Black Hawk lá. Nenhum foi visto voando depois da captura. É possível que tenham sido danificados. Mas alguns especialistas afirmam que eles não voam porque o EIIL não tem pessoas treinadas para pilotá-los.
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22. Agora veja uma amostra do poderio bélico americano:
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22/22 (US Air Force)