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Jeffrey Epstein: Juiz começa a desclassificar nomes de pessoas ligadas ao caso

Morto em 2019, magnata americano teria oferecido mulheres, muitas menores de idade, para políticos e famosos

Jovem adolescente protesta contra Jeffrey Epstein após ele ter sido acusado de tráfico sexual, em julho de 2019 (Stephanie Keith/Getty Images)

Publicado em 4 de janeiro de 2024 às 09h36.

Um juiz de Nova York começou nesta quarta-feira, 3, a desclassificar a identidade de pessoas ligadas em documentos judiciais ao financista americano Jeffrey Epstein , que se suicidou em 2019, enquanto aguardava julgamento por crimes sexuais.

O conjunto inicial inclui 40 documentos não revelados anteriormente, contendo quase mil páginas de depoimentos e declarações. O lote total de arquivos deve incluir o nome de pessoas proeminentes.

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Entre os citados estará uma série de pessoas ligadas a Epstein antes identificadas como “John” ou “Jane Does” em uma ação movida contra a ex-namorada de Epstein Ghislaine Maxwell.

Para justificar a revelação dos nomes, os tribunais baseiam-se no fato de que alguns são facilmente identificáveis em entrevistas publicadas nos últimos anos.

A revelação resulta de um processo de difamação contra Ghislaine - cúmplice de Epstein, que cumpre pena de 20 anos de prisão desde 2022 - instaurado por uma demandante americana contra o casal, Virginia Giuffre.

Entenda o caso Jeffrey Epstein

Durante a década de 2000, pouco se sabia sobre Epstein além do fato de que o magnata tinha uma enorme riqueza, distribuída em imóveis em Palm Beach, na Flórida, Nova Iorque e Paris; uma fazenda no Novo México; uma ilha particular no Caribe; um helicóptero e dois aviões, sendo um deles um Boeing 727. Até hoje, ninguém sabe dizer ao certo de onde veio todo o dinheiro do financista.

Em 2005, a denúncia de uma mulher em Palm Beach traria mais informações sobre a vida do magnata. Epstein foi acusado de pagar 300 dólares a uma garota de 14 anos para massageá-lo. A menina havia sido convidada por outra mais velha e, no decorrer das investigações, outras 35 vítimas foram identificadas.

O que acontecia era uma forma de esquema de pirâmide: a menina era convidada por outra para ir na casa de Epstein, acreditando que estaria acompanhada em todos os momentos e, portanto, segura. Ao chegar lá, a vítima era abandonada pela colega, que recebia um dinheiro extra por trazer novas garotas, e abusada por Epstein. Como as adolescentes recebiam uma quantia a mais por convidar outras, o crime se multiplicava.

Epstein não agia sozinho: o criminoso teve uma associação de décadas com a socialite britânica Ghislaine Maxwell, que, ao que tudo indica, ajudava o criminoso a encontrar as garotas. Algumas vítimas chegaram a reportar que Maxwell participou de alguns abusos. Ela foi presa pelo FBI em julho de 2020 após tais alegações de aquisição e tráfico sexual de menores de idade.

Conexões com poderosos

A ilha no Caribe e o jatinho, apelidado de Lolita Express, de Epstein chegaram a receber pessoas como o ator Kevin Spacey, acusado de assédio sexual em 2017, a modelo Naomi Campbell, Bill Gates, Bill Clinton, príncipe Andrew e o advogado e professor de Direito em Harvard,Alan Dershowitz.

Além de celebridades, o jatinho era supostamente usado para transportar mulheres, muitas menores de idade, para serem "emprestadas" para os colegas de Epstein. Uma das vítimas, Virginia Giuffre, disse que Epstein a usou como "escrava sexual" quando ela tinha 16 anos para homens que “incluem a realeza, políticos, acadêmicos, empresários, entre outros conhecidos profissionais e pessoais”.

O fim

Mesmo após sua prisão em 2008, Epstein retornou às atividades criminosas. Eventualmente, em julho de 2019, o financista foi preso sob acusação de tráfico sexuale conspiração para traficar menores de idade por sexo.

Porém, algumas semanas depois, Epstein foi encontrado em sua cela com marcas em volta do seu pescoço. A morte foi declarada como suicídio por enforcamento, mas o caso é considerado controverso até hoje — muitos conspiracionistas acreditam que trata-se de homicídio.

(Com AFP)

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