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JBS rechaça acusações do Greenpeace sobre irregularidade socioambiental

Empresa chamou de falsas as acusações feitas pela ONG em relatório divulgado hoje que associa a companhia do setor de carne à compra de gado de áreas desmatadas

gado do jbs (Divulgação)

gado do jbs (Divulgação)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 6 de junho de 2012 às 18h21.

São Paulo – A JBS repudiou as acusações da ONG ambientalista Greenpeace divulgadas na manhã de hoje de que a empresa não cumpria acordos socioambientais assinados em 2009, como o de não comprar carne ou gado de áreas com práticas ilegais, que icluem desmatamento, invasão de terras indígenas e uso de trabalho análogo ao escravo. Grosso modo, o relatório do Greenpeace acusa a JBS de contribuir com o desmatamento no bioma amazônico, onde a empresa tem cerca de 30 mil fornecedores.

O presidente da JBS da América do Sul, José Augusto, comentou sobre o acordo feito com a ONG em 2009 e da relação que manteve com a entidade desde então. “Nós sempre buscamos manter um canal claro de comunicação, mas o Greenpeace não tem agido da mesma forma, lançando mão de difamações, de informação inverídica. A JBS tem feito tanta coisa no âmbito da sustentabilidade, que nos sentimos injustiçados quando a entidade não age com imparcialidade”, disse o executivo em coletiva aos jornalistas.

Ao contrário do que diz a ONG, o JBS afirma que não compra produto de fazendas que praticaram ou praticam desmatamento ilegal, ressaltando que todos os dias pela manhã a empresa verifica no site do Ibama propriedades listadas com irregularidades. Segundo a empresa, se algum de seus fornecedores estiver com a propriedade embargada no órgão ambental, automaticamente o JBS suspende a operação com o fornecedor (de compra, abate ou distribuição). A companhia afirma que só no ano passado teve cerca de 480 propriedades bloqueadas seja pelo desmatamento em unidades de conservação ou originadas de áreas que invadiram terras indígenas.

“De janeiro a novembro de 2011, devolvemos 4,8 mil cabeças de gados de propriedade embargadas por diversos motivos”, diz Augusto. O executivo também rebateu a crítica do Greenpeace de que a empresa está fazendo avanços lentos no cumprimento do compromisso de desmatamento zero - de não comprar carne de fazendas que ainda precisam derrubar árvores, mesmo que de forma legal.

Desmatamento zero

“Desmatamento zero é uma meta ousada e estamos buscando cumpri-la. Na nossa visão, somos a empresa que mais avançou no setor”, diz. “O sistema de rastreamento de gado não permite que enxerguemos o nascimento do bezerro. Mas monitoramos totalmente nossos fornecedores diretos”.


Segundo o empresário, nenhuma empresa frigorífica hoje pode garantir que o gado que compra não passou em nenhum momento por um área de desmatamento. "Esse assunto vem sendo tratado há tempos dentro de fóruns de pecuária sustentável, dos quais participamos”, disse.

Terras Indígenas

Sobre a acusação de comprar gado de terras indígenas Apyterewa, que também consta no relatório, a JBS apresentou mapeamentos para mostrar que a empresa compra gado de fazendas localizadas a mais de 300 quilômetros da área citada. Em relação às outras novas nove fazendas mencionadas no relatório e apontadas como localizadas na Terra Indígena Marãiwatsede, a companhia tem os pontos georreferenciados dessas propriedades também localizados fora da reserva.

Em documento entregue aos jornalistas, a JBS ressalta ainda que o acordo assumido com a ONG estabelece que as propriedades devam ser bloequeadas para compra de gado após a ciência inequívoca pela empresa da comprovação de sua localização nessas terras. Até o momento, diz o texto, a empresa recebeu apenas uma única notificação por parte do Ministério Público Federal e todas as fazendas lá mencionadas encontram-se bloqueadas no sistema da companhia.

Trabalho análogo ao escravo

O Greenpeace também diz que a JBS está comprando indiretamente animais de fazendas acusadas de uso de trabalho escravo. Segundo as palavras da própria ONG, "em dezembro de 2010, a fazenda Santa Rita de Cássia, localizada no município de Juara (MT) foi incluída na lista de Trabalho Escravo pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O proprietário mantinha dez de seus funcionários com condições análogas à escravidão".

Sobre a acusação de aquisição de gado de propriedade com mão de obra análoga à escravidão, o JBS rebate dizendo que a fazenda Santa Rita de Cássia localizada no município de Juara (MT), mencioanda no relatório da ONG, é de propriedade de Antônio Carlos Rangel de Almeida e não de Fabiano Queiroz, citadono texto. No entanto, continua a JBS, a propriedade de Fabiano Queiroz  tem o mesmo nome (Santa Rita de Cássia), porém está localizada no município de Nova Monte Verde (MT) e encontra-se blooqueada e fora da lista de fornecedores da JBS.

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