Japão vive mistério de barcos-fantasma com cadáveres
Desde outubro apareceram ao menos 14 embarcações, algumas muito danificadas ou viradas, com mais de vinte cadáveres a bordo
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2015 às 10h14.
O Japão anda intrigado com uma série de barcos que apareceram nos últimos tempos em seu litoral carregados de esqueletos sem cabeça e corpos em estado avançado de decomposição, que deram lugar a várias hipóteses, todas relacionadas à Coreia do Norte .
Desde outubro apareceram ao menos 14 embarcações, algumas muito danificadas ou viradas, com mais de vinte cadáveres a bordo.
Uma série de indícios leva a crer que são barcos fretados por dissidentes norte-coreanos que desejavam fugir de seu empobrecido país, embora também possam pertencer a pescadores enviados pelo governo de Pyongyang para pescar em águas remotas e levar mais comida para casa.
"Um dos três cadáveres encontrados por nossos mergulhadores em 23 de novembro tinha a cabeça, mas os outros dois não. E quando rebocamos o barco até a margem, encontramos seis crânios dentro", disse à AFP um oficial da guarda costeira japonesa, Shuichi Hashizume, referindo-se a um barco encontrado no mar do Japão.
A separação da cabeça sugere que os tripulantes encontrados a bordo estavam mortos há um tempo, e que perderam partes de seus corpos pela decomposição.
Hashizume sustenta que o caso não tem nada de novo, e lembra que nos últimos cinco anos ocorreram mais de 250 incidentes deste tipo com ao menos um barco envolvido.
No entanto, a recorrência de tantos casos em um curto período de tempo é incomum.
Algumas das embarcações carregavam marcas escritas em coreano, o que sugere uma conexão com o exército ou os órgãos de segurança do regime comunista.
Na quinta-feira, a guarda-costeira japonesa anunciou a descoberta de uma série de restos dentro de um barco de madeira em frente à ilha de Sado, que apontam fortemente para a pista norte-coreana.
Segundo informou o porta-voz Hiromasa Suzuki à AFP, dentro foi encontrada uma mochila e nela uma insígnia com o que parece ser uma imagem de Kim Jong-il, o pai do atual líder norte-coreano Kim Jong-un.
Pescadores
Toshimitsu Shigemura, especialista em Coreia do Norte na universidade Waseda de Tóquio, disse que os barcos podem ser pesqueiros que se aventuraram longe de suas rotas por ordem do líder Kim Jong-un.
"A falta de comida foi um problema sério na Coreia do Norte, e no ano passado Kim Jong-un ordenou que fosse capturado mais peixe para resolver o problema", afirma o especialista.
Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, compartilha esta teoria.
"Quase todos os pescadores norte-coreanos pertencem a organizações militares ou estatais,e frequentemente são forçados a ir em busca de maiores capturas em águas remotas", explica.
"O problema é que seus barcos são muito velhos e estão mal equipados, então se têm problemas em alto-mar, mecânicos ou de qualquer outro tipo, ficam muito vulneráveis e não podem chamar ninguém para resgatá-los".
"Nestas circunstâncias podem ficar muito rápido sem combustível e comida", afirma Yang.
O Japão anda intrigado com uma série de barcos que apareceram nos últimos tempos em seu litoral carregados de esqueletos sem cabeça e corpos em estado avançado de decomposição, que deram lugar a várias hipóteses, todas relacionadas à Coreia do Norte .
Desde outubro apareceram ao menos 14 embarcações, algumas muito danificadas ou viradas, com mais de vinte cadáveres a bordo.
Uma série de indícios leva a crer que são barcos fretados por dissidentes norte-coreanos que desejavam fugir de seu empobrecido país, embora também possam pertencer a pescadores enviados pelo governo de Pyongyang para pescar em águas remotas e levar mais comida para casa.
"Um dos três cadáveres encontrados por nossos mergulhadores em 23 de novembro tinha a cabeça, mas os outros dois não. E quando rebocamos o barco até a margem, encontramos seis crânios dentro", disse à AFP um oficial da guarda costeira japonesa, Shuichi Hashizume, referindo-se a um barco encontrado no mar do Japão.
A separação da cabeça sugere que os tripulantes encontrados a bordo estavam mortos há um tempo, e que perderam partes de seus corpos pela decomposição.
Hashizume sustenta que o caso não tem nada de novo, e lembra que nos últimos cinco anos ocorreram mais de 250 incidentes deste tipo com ao menos um barco envolvido.
No entanto, a recorrência de tantos casos em um curto período de tempo é incomum.
Algumas das embarcações carregavam marcas escritas em coreano, o que sugere uma conexão com o exército ou os órgãos de segurança do regime comunista.
Na quinta-feira, a guarda-costeira japonesa anunciou a descoberta de uma série de restos dentro de um barco de madeira em frente à ilha de Sado, que apontam fortemente para a pista norte-coreana.
Segundo informou o porta-voz Hiromasa Suzuki à AFP, dentro foi encontrada uma mochila e nela uma insígnia com o que parece ser uma imagem de Kim Jong-il, o pai do atual líder norte-coreano Kim Jong-un.
Pescadores
Toshimitsu Shigemura, especialista em Coreia do Norte na universidade Waseda de Tóquio, disse que os barcos podem ser pesqueiros que se aventuraram longe de suas rotas por ordem do líder Kim Jong-un.
"A falta de comida foi um problema sério na Coreia do Norte, e no ano passado Kim Jong-un ordenou que fosse capturado mais peixe para resolver o problema", afirma o especialista.
Yang Moo-Jin, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, compartilha esta teoria.
"Quase todos os pescadores norte-coreanos pertencem a organizações militares ou estatais,e frequentemente são forçados a ir em busca de maiores capturas em águas remotas", explica.
"O problema é que seus barcos são muito velhos e estão mal equipados, então se têm problemas em alto-mar, mecânicos ou de qualquer outro tipo, ficam muito vulneráveis e não podem chamar ninguém para resgatá-los".
"Nestas circunstâncias podem ficar muito rápido sem combustível e comida", afirma Yang.