Mundo

Japão vê "emergência" por radiação em água de Fukushima

Situação de água altamente radiativa que vazou da usina de Fukushima para o mar criou situação que empresa dona da usina tem dificuldades para resolver

Nas primeiras semanas depois do desastre, o governo japonês autorizou a Tepco a despejar dezenas de milhares de toneladas de água contaminada no Pacífico (Issei Kato/Reuters)

Nas primeiras semanas depois do desastre, o governo japonês autorizou a Tepco a despejar dezenas de milhares de toneladas de água contaminada no Pacífico (Issei Kato/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2013 às 10h45.

Tóquio - Água altamente radiativa vazou da usina de Fukushima para o mar, criando uma situação de emergência que a empresa dona da usina tem dificuldades para resolver, disse um funcionário da agência nuclear japonesa nesta segunda-feira.

A água contaminada no lençol freático está subindo para a superfície e excedendo os limites legais de descarga radiativa, disse à Reuters Shinji Kinjo, diretor da força-tarefa da Autoridade Reguladora Nuclear do Japão.

As medidas adotadas pela empresa Tokyo Electric Power Co. (Tepco) são apenas uma solução temporária, segundo ele. "Neste momento, temos uma emergência", afirmou.

A Tepco foi muito criticada por não ter se preparado adequadamente para situações como o terremoto seguido de tsunami que destruiu a usina de Fukushima em 2011. A empresa também foi acusada de tentar acobertar suas falhas e de reagir de forma incompetente ao derretimento dos reatores.

Não ficou claro qual é o nível de ameaça representado pela água contaminada no lençol freático. Nas primeiras semanas depois do desastre, o governo japonês autorizou a Tepco a despejar dezenas de milhares de toneladas de água contaminada no Pacífico.

Países vizinhos e pescadores locais criticaram a decisão, e a Tepco prometeu que não jogaria mais água radiativa no mar sem o consentimento de autoridades municipais da região.

"Até sabermos exatamente a densidade e volume da água que está fluindo, honestamente não posso especular sobre o impacto no mar", disse Mitsuo Uematsu, do Instituto Centro para a Colaboração Internacional e Pesquisa Atmosférica e Oceânica, da Universidade de Tóquio.

"Deveríamos verificar também quais são os níveis na água do mar. Se for só dentro do porto e não estiver escoando para o mar, ela pode não se espalhar tanto quanto temem alguns." A Tepco disse estar adotando várias medidas para que a água contaminada não saia da baía próxima à usina. Em email à Reuters, a empresa disse que a Tepco se desculpou profusamente com moradores da região de Fukushima por causa dos inconvenientes e preocupações causados pelo caso.

A usina bombeia diariamente 400 toneladas de água que escorre pelo lençol freático dos morros próximos à usina. A água é guardada em porões dos prédios destruídos, onde se mistura à agua altamente radiativa que é usada para resfriar os reatores e mantê-los em um estado estável, abaixo de 100 graus Celsius.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-nuclearesÁsiaFukushimaJapãoPaíses ricos

Mais de Mundo

Trump nomeia apresentador da Fox News como secretário de defesa

Milei conversa com Trump pela 1ª vez após eleição nos EUA

Juiz de Nova York adia em 1 semana decisão sobre anulação da condenação de Trump

Parlamento russo aprova lei que proíbe 'propaganda' de estilo de vida sem filhos