Japão reduzirá caça de baleias no Antártico em 2015
O Japão defende que a caça de baleias tem "fins científicos", mas a Corte Internacional estabeleceu que isso não justificava o alto número de capturas
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2014 às 07h57.
Tóquio - O Japão planeja retomar a caça de baleias no Antártico em 2015, mas limitando o volume da captura para se ajustar à sentença da Corte Internacional de Justiça (CIJ) que proibiu o país de exercer a atividade, publicou nesta quinta-feira a imprensa japonesa.
Esta será a mudança principal do novo programa japonês de pesca de baleias no Antártico, que o Executivo japonês pretende apresentar na próxima reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI), que começa dia 15 na Eslovênia, informou o jornal "Asahi".
O Japão cancelou sua campanha de pesca no Antártico após a sentença da CIJ de março, e decidiu reduzir sua cota de capturas no Pacífico norte a 210 exemplares neste ano, 170 a menos que na temporada anterior.
A decisão do tribunal de Haia não afeta seu outro programa científico no Pacífico norte, nem as capturas comerciais que o Japão realiza em sua costa.
O Japão defende que sua campanha de caça de baleias no Antártico tem "fins científicos", mas a sentença da Corte Internacional estabeleceu que esse objetivo não justificava o alto número de capturas.
O tribunal de Haia também assinalou que o Japão não tinha feito esforços suficientes para desenvolver seu programa científico sem necessidade de matar os animais, e assinalou que para poder retomá-lo, Tóquio devia realizar amplas melhoras no projeto.
Até a proibição, as campanhas baleeiras do Japão no Ártico se limitavam as capturas por temporada, a caça de 850 exemplares da baleia-de-minke, 50 de baleia jubarte e 50 de rorqual comum.
O Japão planeja agora limitar suas capturas à baleia de minke, a mais comum das três espécies, e recalcular as cotas de futuras campanhas para conseguir o sinal verde da Comissão Baleeira Internacional.
A reunião da CBI é a primeira realizada desde a sentença do Tribunal de Haia, originada por uma reivindicação apresentada pela Austrália.