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Japão prende marinheiros dos EUA por suposto estupro

As prisões podem agravar a oposição da ilha japonesa à presença militar norte-americana em Okinawa

Embaixador americano no Japão,  John Roos dá depoimento depois de conversas com autoridades japonesas (Kyodo/Reuters)

Embaixador americano no Japão, John Roos dá depoimento depois de conversas com autoridades japonesas (Kyodo/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 17 de outubro de 2012 às 07h47.

Nova York - Autoridades japonesas prenderam dois integrantes da Marinha dos EUA que teriam ligação com um suposto estupro ocorrido em Okinawa - um incidente que ameaça criar tensão na cooperação militar entre Washington e Tóquio. As relações militares entre os EUA e o Japão foram testadas nas últimas semanas por conta da oposição à mobilização de pessoal e equipamentos militares dos EUA em Okinawa. As prisões podem agravar a oposição da ilha japonesa à presença militar norte-americana.

O governador de Okinawa, Hirokazu Nakaima, que se tornou nos últimos meses, um crítico cada vez mais duro da presença militar norte-americana na ilha, visitará nesta quarta-feira a Embaixada dos EUA em Tóquio, bem como os ministérios do Exterior e da Defesa, para apresentar queixas formais, disse um assessor. O governador considera o incidente como "uma situação grave e imperdoável", completou o assessor. Em Washington, autoridades disseram que era muito cedo para avaliar as consequências do suposto incidente, sobre o qual o secretário de Defesa, Leon Panetta, já fora informado. As autoridades americanas expressaram a esperança de que a revolta dos cidadãos de Okinawa diminua, já que o Japão será responsável pela investigação e acusação dos supostos envolvidos.

"A questão central é agir rapidamente e deixar o processo legal ir até onde for necessário", disse um funcionário da Defesa dos EUA. Em 1995, quando três membros do serviço dos EUA foram acusados de estuprar uma menina japonesa de 12 anos de idade, autoridades americanas levaram os homens sob custódia. Os moradores de Okinawa ficaram irritados não só pelo incidente, mas pelo fato de não terem tido chance de abrir um processo sobre o caso. O episódio disparou um grande sentimento antiamericano na ilha. Num sinal da preocupação americana sobre o incidente e possíveis consequências, a Embaixada dos EUA enviou um comunicado do embaixador John Roos.

O texto diz que o governo dos EUA "está extremamente preocupado com as recentes alegações de má conduta por dois membros de sua força." E conclui: "estamos comprometidos a cooperar plenamente com as autoridades japonesas em sua investigação." No caso atual, as autoridades americanas fazem questão e dizer que os investigadores japoneses estão na liderança, e que os EUA só estão dando apoio.

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