Japão pede que Coreia do Norte se comporte como um país responsável
Após a cúpula entre Trump e Kim, o Japão afirmou que a Coreia do Norte deve mostrar seu compromisso e realizar esforços para deixar as armas nucleares
EFE
Publicado em 12 de junho de 2018 às 12h31.
Última atualização em 12 de junho de 2018 às 12h32.
Tóquio - O Governo de Japão expressou nesta terça-feira o desejo de que a Coreia do Norte "se comporte como um país responsável" após a histórica cúpula mantida em Singapura com os Estados Unidos, na qual ambos países acordaram trabalhar pela completa desnuclearização da península.
"Esperamos que a Coreia do Norte se comporte como um país responsável na comunidade internacional" de agora em diante, disse o porta-voz do Executivo japonês em entrevista coletiva ao término das mais de quatro horas de reuniões entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
Yoshihide Suga não quis avaliar o resultado da cúpula de hoje até que Trump telefone para o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, nas próximas horas para informá-lo sobre a conversa, mas destacou "a liderança e o esforço do presidente Trump para tornar realidade (a reunião)".
Enquanto Trump e Kim estavam na cúpula em Singapura, em Tóquio Abe expressava sua esperança de que o encontre leve ao fim ao desenvolvimento nuclear e de mísseis de Pyongyang.
A Coreia do Norte "tem recursos (naturais) abundantes e uma força de trabalho diligente. Terá um futuro brilhante se avançar pelo caminho correto", disse Abe durante uma entrevista coletiva realizada em Tóquio após um encontro com seu colega malaio, Mahathir Mohamad, divulgada pela agência de notícias local "Kyodo".
O chanceler japonês, Taro Kono, recebeu uma ligação logo após o término da cúpula de seu colega americano, o secretário de Estado Mike Pompeo, conversa da qual não foram revelados detalhes.
Horas antes, Kono tinha mostrado cautela sobre a cúpula e afirmou que "o foco deve ser se a Coreia do Norte mostrará o seu claro compromisso de realizar esforços para deixar todas as armas de destruição em massa e os mísseis de todas as categorias".
O chanceler japonês viajará entre 13 e 14 de junho a Seul para se reunir com Pompeo e a chanceler sul-coreana, Kang Kyung-wha.
Tóquio se mostrou muito cético com o diálogo com Pyongyang e é partidário de manter a política de "pressão máxima" sobre o regime, apesar de Trump, o principal artífice desta estratégia, ter mudado de tom com a aproximação da cúpula.