Japão mantém taxa de juro e detalha compra de ativos
Integrantes do Banco Central do Japão decidiram pela manutenção da taxa de referência na margem de zero a 0,1% ao ano
Da Redação
Publicado em 28 de outubro de 2010 às 09h08.
Tóquio - O Banco do Japão (BOJ, o banco central do país) manteve hoje a taxa básica de juro da economia inalterada. Os membros do comitê de política monetária do BOJ votaram de forma unânime pela manutenção da taxa de referência na margem de zero a 0,1% ao ano.
Em sua decisão anterior, o BOJ havia cortado o juro básico e lançado um novo programa de compra de ativos, no total de 5 trilhões de ienes (cerca de US$ 62 bilhões).
Desta vez, o conselho discutiu detalhes sobre o fundo de 5 trilhões de ienes. O banco central informou que, com os recursos irá adquirir até 500 bilhões de ienes em bônus corporativos com classificação de risco BBB - o piso dentro da grade de grau de investimento - ou acima disso.
Isso representa uma mudança em relação aos programas anteriores, como durante o pico da crise econômica, quando o BOJ comprou apenas bônus com classificação de risco A ou acima disso.
O novo programa incorporará também a compra de commercial papers com classificação de risco a2 ou acima disso. Uma grande fatia dos 5 trilhões de ienes do programa, cerca de 3,5 bilhões de ienes, será utilizada para comprar mais bônus do governo japonês e títulos do governo de curto prazo.
O presidente do BOJ, Masaaki Shirakawa, disse que o banco central pode estudar uma expansão do programa de compra de ativos de 5 trilhões de ienes se as condições econômicas se deteriorarem. "O BOJ irá examinar os efeitos colaterais (da medida). Se considerarmos que eles são grandes e a situação econômica mudar significativamente, o BOJ poderá expandir o fundo", afirmou.
Vendas no varejo
Em outro anúncio do dia, o Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão informou que as vendas no varejo cresceram 1 2% em setembro, em comparação com o mesmo mês do ano passado, marcando o nono mês seguido de alta.
Os dados mostraram, porém, que o ritmo de aumento nas vendas no varejo se desacelerou: em agosto, a alta havia sido de 4,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. As vendas das varejistas de grande escala caíram 1,7% em setembro, ante o mesmo mês do ano passado. As informações são da Dow Jones.